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Temer segue tentando garantir coesão da base

Com a imagem fragilizada pela denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Temer continua em busca de agendas positivas

Michel Temer: Temer segue em conversas com parlamentares, mesmo com a maior parte fora de Brasília (REUTERS/Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de julho de 2017 às 20h30.

Última atualização em 24 de julho de 2017 às 20h43.

Brasília - Na semana que antecede a previsão para que a Câmara dos Deputados aprecie a denúncia contra ele por corrupção passiva, o presidente Michel Temer segue em busca de agendas positivas.

Para esta terça-feira, 25, há pelo menos duas cerimônias previstas no Palácio do Planalto.

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Às 11 horas, está marcada a cerimônia de posse do jornalista Sérgio Sá Leitão no Ministério da Cultura.

O cargo estava vago desde 18 de maio, quando o deputado Roberto Freire (PPS-SP) deixou o posto, após a divulgação da delação do Grupo J&F, que atingiu Temer.

Com a imagem fragilizada pela denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Temer abriu mão de uma indicação política e decidiu agradar ao setor artístico com a nomeação do jornalista.

À tarde, às 16 horas, haverá o lançamento do Programa de Revitalização da Indústria Mineral Brasileira.

Entre as medidas que devem ser anunciadas está a criação da Agência Nacional da Mineração (ANM), que ficará no lugar do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Há a previsão de que seja anunciado um ajuste na Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que era considerada bastante defasada.

O minério de ferro, um dos principais itens da pauta brasileira de exportações, hoje tem alíquota de royalty de 2%.

Hoje, as alíquotas variam de 0,2% a 3%, e incidem sobre o faturamento líquido das empresas.

No ano passado, a arrecadação com royalties da mineração ficou em R$ 1,797 bilhão.

Além disso, está prevista a regulamentação do código de mineração.

O projeto de lei que criava o novo Código de Mineração foi enviado ao Congresso em junho de 2013, ainda na gestão Dilma Rousseff, mas, depois de quatro anos, ainda não havia sido aprovado.

A atual legislação sobre mineração é de 1967.

O governo Dilma Rousseff enviou uma proposta ao Congresso em 2013.

Na época, em meio à crise política, optou por um projeto de lei, para não afrontar deputados e senadores com mais uma MP.

O projeto acabou nunca sendo apreciado pelos parlamentares.

Mais agenda

Ainda sem confirmação oficial, mas no radar do Planalto, está pelo menos mais uma cerimônia nesta semana.

Possivelmente, na quinta-feira, às 11 horas, Temer deve fazer um evento com os três presidentes dos consórcios vencedores dos leilões de aeroportos: Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.

Com a assinatura, os grupos terão de recolher R$ 1,46 bilhão ao Tesouro Nacional em taxas de outorga.

O valor corresponde a 25% do preço mínimo mais o ágio oferecido em leilão.

Foco na base

Paralelo a busca por agendas econômicas, segundo fontes, Temer segue em conversas com parlamentares, mesmo com a maior parte fora de Brasília.

O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Beto Mansur (PRB-SP), foi um dos escalados para fazer a contagem dos votos e também articular quorum para a sessão do dia 2 de agosto.

Mansur afirmou mais cedo que o governo trabalha para conquistar 300 votos para derrubar a denúncia.

Outro integrante da tropa de choque do governo na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do PMDB na Casa, também é um dos poucos parlamentares que estão esta semana em Brasília e também está fazendo diretamente ligado ao presidente um trabalho para derrubar a denúncia.

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