Temer sanciona reajuste para o STF e Fux revoga auxílio-moradia
O fim do auxílio-moradia foi solução encontrada para reduzir impacto nas contas públicas
Clara Cerioni
Publicado em 26 de novembro de 2018 às 17h50.
Última atualização em 26 de novembro de 2018 às 19h12.
São Paulo — O presidente Michel Temer sancionou nesta segunda-feira (26) o reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com aumento de 16,38%, a remuneração dos ministros passará de 33,7 mil reais para 39 mil reais e terá impacto direto nas contas do próximo governo.
Assim que o atual presidente aprovou o aumento,o ministroLuiz Fuxrevogou liminar que garantia pagamento de auxílio-moradia para juízes, integrantes do Ministério Público, Defensorias Públicas e tribunais de contas.O benefício atualmente pago a juízes de todo o país é de cerca de 4 mil reais.
A suspensão, no entanto, só entra em vigor quando o reajuste do Judiciário constar no contracheque dos ministros.
A decisão fez parte de um acordo informal feito por Fux, relator dos casos que tratam sobre o auxílio, o presidente do STF, Dias Toffoli, e o presidente Michel Temer, para garantir a sanção do aumento e cortar o pagamento do auxílio com objetivo de diminuir o impacto financeiro nos cofres públicos.
Em 2014, o pagamento do benefício foi garantido por Fux, ao deferir duas liminares determinando que os tribunais fossem notificados para iniciarem o pagamento do benefício, por entender que o auxílio-moradia está previsto na Lei Orgânica da Magistratura (Loman - Lei Complementar 35/1979).
O aumento do salário dos integrantes do STF foi aprovado em 7 de novembro pelo Senado.Temer tinha até esta semana para sancionar ou vetar.
Mesmo com a revogação do auxílio-moradia, para os Estados brasileiros, o impacto financeiro tende a continuar o mesmo — já que o salário dos ministros do Supremo serve de teto para todo o funcionalismo público.
Segundo cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado, a proposta implicará gasto adicional total de 4 bilhões de reais em 2019 aos cofres públicos.