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Temer fala grosso com a Bolívia e fino com os EUA, diz Dilma

A presidente acusou o governo provisório de tratar com superioridade os países sul-americanos, enquanto fala "fino" com os Estados Unidos


	Dilma Rousseff: "eles falam grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: "eles falam grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2016 às 22h17.

Brasília - A presidente afastada Dilma Rousseff acusou nesta segunda-feira o governo interino de Michel Temer de tratar com superioridade os países sul-americanos, enquanto fala "fino" com os Estados Unidos.

"Eles falam grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos", disse Dilma parafraseando Chico Buarque durante um discurso no ato de apresentação de um livro que aborda seu processo de impeachment, intitulado "Resistência ao Golpe de 2016".

Dilma ressaltou que o governo que ela liderava tem "um compromisso" com os países da América Latina, da África e com o bloco Brics, que o Brasil integra junto a outras potências emergentes como Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ao assumir o Ministério das Relações Exteriores, José Serra definiu que sua prioridade na política externa será "voltar a se aproximar" de "parceiros tradicionais" do Brasil como os Estados Unidos e a União Europeia, além de estreitar relações com Argentina e México.

Em seu discurso desta segunda-feira, Dilma também falou da renúncia do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, ocorrida hoje depois do vazamento de um áudio no qual faz críticas às investigações da Operação Lava Jato.

Segundo a governante afastada, as gravações mostram que Temer queria "tornar obscura e opaca a transparência" com a criação desse ministério que antes não existia.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, já havia se afastado do cargo na semana passada também após a revelação de uma gravação na qual parecia sugerir uma tentativa de obstruir a Lava Jato.

Nesse sentido, Dilma disse que "os próprios golpistas gravados" constataram que seu processo de destituição foi impulsionado para "parar" as investigações de corrupção.

O outro motivo do processo de impeachment, que ela considera um "golpe de Estado", seria "impedir" o desenvolvimento das políticas de inclusão social. 

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