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Temer diz não ser despropositado pensar em parlamentarismo

Em entrevista, Temer também afirmou que sente-se fortalecido para aprovar a reforma da Previdência no Congresso após a vitória de ontem

Temer: "Nós vamos levar adiante uma reformulação político-eleitoral no nosso país" (Adriano Machado/Reuters)

Temer: "Nós vamos levar adiante uma reformulação político-eleitoral no nosso país" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 20h05.

São Paulo - O presidente Michel Temer disse em entrevista à rádio Bandnews FM nesta quinta-feira que "não seria despropositado" pensar na adoção do parlamentarismo já para a eleição do ano que vem e afirmou que a reforma política está no horizonte do governo federal.

Na entrevista à emissora, Temer também afirmou que sente-se fortalecido para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional depois que a Câmara dos Deputados decidiu, na quarta-feira, não autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar uma denúncia de corrupção contra ele feita pela Procuradoria-Geral da República.

"Eu vou me atrever um pouco aqui... Eu acho que nós podemos pensar em parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse Temer quando indagado sobre a possibilidade de defender a mudança para o regime parlamentarista na eleição de 2022.

O presidente disse que seu governo pretende se empenhar também na reforma política e, entre os outros pontos possíveis para entrar em vigor já na disputa do ano que vem, apontou a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.

"Essa (reforma política), na verdade, é uma tarefa do Congresso Nacional. Agora, evidentemente, se o governo entra, ajuda o Congresso Nacional, e isto está no nosso horizonte. Nós estamos pensando muito seriamente nisso", afirmou.

"Nós vamos levar adiante uma reformulação político-eleitoral no nosso país."

Sobre a não autorização pela Câmara para que a denúncia da PGR tivesse andamento, Temer fez uma contabilidade de que o governo conseguiu 285 votos favoráveis no plenário da Câmara, embora 263 deputados tenham se manifestado contrários à denúncia contra o presidente.

"Nós tivemos 263 votos, duas declarações de voto --portanto somando 265-- e mais 20 ausências, ou seja, pessoas que não quiseram vir para não votar contra. Portanto, 285 votos", calculou.

Para que a denúncia tivesse andamento, eram necessários os votos de 342 deputados favoráveis à autorização para que o STF analisasse o caso.

Olhando para a reforma da Previdência, Temer disse que o resultado da Câmara na véspera o fez sentir-se fortalecido, embora os 285 apoios computados pelo presidente ainda estejam aquém dos 308 votos necessários para aprovar as mudanças previdenciárias, que exige este quórum favorável em dois turnos na Câmara por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC).

Se aprovada na Câmara, a reforma também precisará ter o apoio de 49 senadores, também em dois turnos de votação, no Senado.

"Me sinto fortalecido para isso (aprovar reforma da Previdência)", disse Temer na entrevista.

"Você sabe que eu contei 285 votos e para aprovar a reforma da Previdência são necessários 308 votos. Mas de qualquer maneira, eu sei que muitos que votaram contra são a favor da reforma da Previdência", avaliou.

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