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Temer: Diálogo permitiu acordo para acabar com greve de caminhoneiros

Presidente disse que muitos desejaram fazer da paralisação dos caminhoneiros um "movimento político" que gerasse "incidentes" no país

Michel Temer: "Conseguimos, depois de 10 dias de uma greve preocupante que paralisou durante um período o país, conectando o diálogo com a autoridade, encontrar uma solução" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: "Conseguimos, depois de 10 dias de uma greve preocupante que paralisou durante um período o país, conectando o diálogo com a autoridade, encontrar uma solução" (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de junho de 2018 às 17h39.

Em discurso, hoje (6), no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, o presidente Michel Temer disse que muitos desejaram fazer da paralisação dos caminhoneiros um "movimento político" que gerasse "incidentes" no país. Ele reafirmou que por meio do diálogo foi possível chegar a um acordo.

"Conseguimos, depois de 10 dias de uma greve preocupante que paralisou durante um período o país, conectando o diálogo com a autoridade, encontrar uma solução que não gerasse um incidente qualquer. Incidente que, convenhamos, desejado por muitos que tentaram fazer da greve um movimento político", disse.

No evento, o presidente disse que o crédito rural disponibilizado, no valor de R$ 194,37 bilhões, vai estimular a produção e impulsionar o crescimento da economia brasileira. Temer disse ainda que "reerguer o Brasil é tarefa de todos".

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, também destacou a importância do setor do agronegócio para a economia do país.

"Nosso saldo da balança comercial passará de US$ 83 bilhões. Esse setor tem dado o suporte necessário para grande a crise que vivemos aqui no país, a crise econômica", disse

Plano Agrícola e Pecuário

O Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 tem crédito rural no valor de R$ 194,37 bilhões e redução de 1,5 ponto percentual nas taxas de juros. Os recursos poderão ser acessados pelos agricultores a partir de 1° de julho.

O ministro Blairo Maggi disse que no plano existe a possibilidade de remanejamento de recursos para socorrer produtores que tiveram problemas específicos em sua área.

"Chegamos à possibilidade de criar uma linha de refinanciamento de prazos de até 10, 12 anos para socorrer aqueles produtores que tiveram problemas específicos numa determinada área", disse. Ele explicou que nesse caso não há subsídio.

Do total de R$ 194,37 bilhões previstos no plano anunciado hoje, R$ 151,1 bilhões são para crédito de custeio. O crédito para investimento ficou em R$ 40 bilhões.

Além do crédito para custeio e para investimentos de R$ 191 bilhões, serão destinados R$ 2,6 bilhões para o apoio à comercialização e R$ 600 milhões para subvenção ao seguro rural.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins da Silva, elogiou o plano e os valores disponibilizados, fazendo uma ressalva ao recurso para a subvenção ao seguro rural.

"Apesar do incremento da ordem de 50% no recurso destinado à subvenção do seguro, o valor ainda está longe do tamanho da agricultura brasileira. Apenas 10% da área plantada estão segurados", disse.

As taxas de juros de custeio foram reduzidas para 6% ao ano para os médios produtores (com renda bruta anual de até R$ 2 milhões) e para 7% ao ano para os demais.

As taxas para os financiamentos de investimento ficaram entre 2,5% e 7,5% ao ano. Parte dos recursos captados em letras de crédito do agronegócio será destinada ao financiamento complementar de custeio e de comercialização com juros de até 8,5% ao ano.

Outros pontos do plano são o maior apoio para o financiamento de construção de armazéns com capacidade de até 6 mil toneladas e para a recuperação de reserva legal e de áreas de preservação permanente no âmbito do Programa ABC.

A pecuária também foi beneficiada com prazo de até dois anos no crédito de custeio para a retenção de matrizes bovinas de leite, suínas, caprinas e ovinas. Também foi aprovada linha de financiamento de até R$ 50 milhões para capital de giro a cooperativas de leite.

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