Temer, Cunha e Aécio lideram lista de políticos mais reprovados
Taxa de desaprovação a atos de Michel Temer supera reprovação a Dilma na véspera do impeachment, mostra pesquisa Ipsos
Talita Abrantes
Publicado em 29 de junho de 2017 às 15h00.
Última atualização em 29 de junho de 2017 às 15h46.
São Paulo – As delações dos executivos do grupo J&F , que controla a JBS , e o consequente agravamento da crise política colocaram o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador afastado Aécio Neves no pódio das personalidades mais reprovadas pelos brasileiros.
Com isso, a impopularidade de ambos se iguala a de outra figura pouco quista frente a opinião pública: o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
Os dados aparecem na pesquisa “Pulso Brasil” realizada pelo instituto Ipsos entre os dias 1º e 13 de junho com 1,2 mil pessoas de 72 municípios do país. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Segundo a sondagem, em junho, a taxa de desaprovação às ações do presidente Temer é de 93% frente aos 86% registrados na primeira quinzena de maio – antes, portanto, do início do escândalo da JBS, que implica diretamente o presidente e o senador tucano.
A taxa de desaprovação a Temer é superior, inclusive, à impopularidade de Dilma Rousseff nas vésperas de seu afastamento após abertura do processo de impeachment no Senado em maio de 2016. Naquela ocasião, 80% dos brasileiros desaprovavam sua atuação. Hoje o número é de 82%.
Presidenciáveis
No geral, a situação de quase todos eventuais pré-candidatos à presidência em 2018 piorou entre maio e junho frente a opinião pública.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, aparece com 68% de reprovação contra 28% de aprovação. Ele é a nona personalidade mais reprovada na pesquisa da Ipsos. Em junho, ele tinha 63% de reprovação.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aparece com 71% de rejeição contra 64% obtidos em maio. A pré-candidata da Rede, Marina Silva, com 62% versus 52% do mês anterior. Já a reprovação a Jair Bolsonaro (PSC) subiu de 50% para 54%. Ciro Gomes (PDT), de 48% para 55%.
O aumento da reprovação ao prefeito de São Paulo, João Doria, é o que chama mais atenção. Em um mês, o número de entrevistados que o desaprovam subiu de 39% para 52%. Segundo a consultoria, o abalo na imagem do tucano pode ser explicada pela mudança de opinião dos antes indecisos após a ação da prefeitura na Cracolândia.
Mais aprovados
O extremo oposto do ranking, que mostra as personalidades cuja atuação é mais aprovada pelos brasileiros, é quase exclusivamente dominada por juristas. O juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, aparece em primeiro com 63% de aprovação. Mas até ele teve seu soluço este mês: em maio, 68% dos entrevistados aprovavam seu trabalho.