Michel Temer e Dilma Rousseff: "Eu vou trabalhar na convenção nacional pela aliança, porque acho que é o melhor caminho que temos agora", disse Temer (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2014 às 16h51.
Nova York - O PMDB terá um candidato próprio a presidente nas eleições de 2018, afirmou o vice-presidente da República e presidente de honra do partido, Michel Temer, a jornalistas nesta sexta-feira.
Na convenção nacional do partido, marcada para 10 de junho, ele afirmou que vai trabalhar para a manutenção da aliança com o governo de Dilma Rousseff.
"Não vejo o PMDB agindo contra o governo. Uma coisa é a relação do PMDB com o PT, a outra coisa é com o governo", disse Temer em Nova York, onde foi fazer duas palestras a investidores.
"Eu vou trabalhar na convenção nacional pela aliança, porque acho que é o melhor caminho que temos agora." A aliança do PMDB foi fechada ainda no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
Temer ressaltou que se a convenção eventualmente decidir pelo rompimento com o governo, ele deixa de ser vice-presidente. "Sempre fui obediente às diretrizes do PMDB. Não vou me insurgir contra o partido", afirmou. Temer frisou, porém, que vai trabalhar para o PMDB ter candidato próprio em 2018.
Segundo ele, a ideia é evitar a decepção que ocorreu em eleições passadas com candidatos do partido. O vice-presidente lembrou a candidatura de Ulysses Guimarães, que teve apenas 4% dos votos nacionais em 1989, e de Orestes Quércia, com 3,8% em 1994. Questionado se já existem nomes no partido no páreo para 2018, Temer preferiu não falar em apostas. "Só o tempo vai dizer", disse ele.
Sobre uma reunião de Temer com a bancada do PMDB, marcada para a próxima quarta-feira, 9, o vice-presidente disse que não haverá mais o encontro. O melhor, disse ele, é fazer reuniões com grupos menores de deputados, entre 10 e 12, para ouvir as queixas e as posições de Estados.
Temer foi questionado hoje em palestra sobre as relações de Washington com o Brasil, que azedaram por conta das denúncias de espionagem dos Estados Unidos em empresas e autoridades brasileiras. Temer disse que "se está trabalhando diplomaticamente para uma reaproximação".