Carros passam por inspeção veicular em São Paulo: TCM apontou 19 falhas no edital que poderiam causar prejuízos aos cofres públicos (Marcos Santos/USP imagens)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2014 às 19h23.
São Paulo - O Tribunal de Contas do Município (TCM) decidiu suspender por 15 dias o edital de licitação da nova inspeção veicular da capital, lançado há cerca de um mês pela gestão Fernando Haddad (PT).
Os envelopes da concorrência, estimada em R$ 642,7 milhões por cinco anos de contrato, seriam abertos nesta sexta-feira, 16, pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
A suspensão foi decretada pelo conselheiro João Antonio, ex-secretário de Haddad, no dia 8 de maio, e referendada por unanimidade no plenário do TCM nessa quarta-feira, 14.
O órgão apontou, ao todo, 19 falhas no edital que poderiam causar prejuízos aos cofres públicos e que devem ser sanadas antes da abertura do certame licitatório.
Entre os problemas apontados estão a falta de justificativa para o preço de referência da inspeção, ausência de estudo de impacto orçamentário, falta de planilha de custos e infringências a dispositivos legais, cuja manutenção poderia provocar prejuízos aos cofres públicos.
A secretaria tem 15 dias para sanar as questões levantadas pelo órgão.
A decisão do TCM deve atrasar novamente a retomada do programa de inspeção veicular, suspenso pela gestão Haddad no fim de janeiro após a rescisão do contrato com a empresa Controlar assinado pela gestão Gilberto Kassab (PSD) e suspeito de fraude.
A última previsão da Prefeitura de São Paulo era reiniciar a inspeção neste mês.
Segundo o novo edital, apenas os motoristas que tiverem os veículos reprovados na vistoria pagarão pelo serviço, uma espécie de multa com valor máximo de R$ 40,86.
A Prefeitura vai escolher quatro empresas para assumir o serviço e cada uma ficará responsável por uma região da cidade: norte, sul, centro-oeste e zona leste.
Trata-se do segundo revés sofrido por Haddad no órgão. Em janeiro, o TCM já havia suspendido a licitação de R$ 4,7 bilhões para a construção de 150 quilômetros de novos corredores de ônibus, principal promessa de campanha de Haddad.
O órgão alegou que faltavam o projeto básico e recursos assegurados no orçamento para executar a obra.
Em nota, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que "pretende prestar todos os esclarecimentos necessários ao Tribunal de Contas para poder dar continuidade ao processo".