Taxa de transmissão da covid volta a subir no Brasil, diz Imperial College
Desde o fim de junho, o Brasil apresentava R abaixo de 1, isto é, com desaceleração na transmissão, situação que se reverteu nesta semana
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2021 às 18h56.
Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 19h34.
A taxa de transmissão da covid-19 no Brasil voltou a subir após semanas de queda com a vacinação.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 21, pelo Imperial College de Londres, que vem analisando a transmissão desde o começo da pandemia.
O Brasil tem taxa de transmissão (o chamado R) em 1,03, o que significa que o número de pessoas infectadas a cada residente com covid-19 está crescendo ou, no cenário menos pior, deixando de cair.
Na margem de erro, o índice fica entre 0,91 e 1,22.
O R em 1 indica que uma pessoa infectada transmite a doença para mais uma (oficialmente, a taxa indica que cada 100 doentes gerarão 100 novos infectados).
Se o R fica acima de 1, significa que o número de casos tende a crescer. Se fica abaixo de 1, o cenário ideal, significa que a proliferação da doença está desacelerando, o que deve eventualmente levar à redução de casos e de vítimas.
O Brasil vinha com R abaixo de 1 desde o fim de junho. O índice atual é, assim, o pior desde 22 de junho deste ano, quando o Brasil tinha taxa de 1,13.
A menor taxa de transmissão do ano havia ocorrido na semana passada, quando o R da covid-19 no Brasil chegou a 0,81.
O país tem tido queda brusca no número de vítimas com o avanço da vacinação. Desde o fim de junho, a média móvel de mortes em sete dias foi da casa dos 2.000 para cerca de 550 vítimas diárias.
Especialistas têm alertado para o fato de que, apesar da ampla cobertura vacinal, o uso de máscara, busca por ambientes ao ar livre e distanciamento quando possível ainda são precauções necessárias.
O Brasil tem 68% da população vacinada com pelo menos uma dose da vacina contra covid-19, e 38% totalmente vacinadas (devido ao intervalo entre a primeira e a segunda dose).
Apesar de ter demorado a iniciar a vacinação em massa, que só engrenou sobretudo a partir do terceiro trimestre, o Brasil conseguiu vacinar rapidamente devido à baixa taxa de hesitação da população e capilaridade do sistema de saúde.
Embora as vacinas atuem sobretudo para evitar casos graves, o número de casos, que já foi de mais de 70.000 em junho, também tem caído para a casa dos 20.000.
No entanto, parte da queda também se deve à subnotificação, uma vez que, com as vacinas, a tendência é que os brasileiros apresentem sintomas mais leves, o que pode levar a população a não fazer exames de covid-19.
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