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SUS oferece teste rápido para diagnosticar a tuberculose

A tuberculose é uma doença que deve ser tratada corretamente. Em média, com seis meses a pessoa já está curada

Raio X mostra pulmão atacado por tuberculose (Spencer Platt/Getty Images)

Raio X mostra pulmão atacado por tuberculose (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2012 às 11h38.

Brasília - O Sistema Único de Saúde (SUS) irá oferecer, até o segundo semestre de 2013, um teste rápido para diagnosticar a tuberculose. O GeneXpert, além de detectar a doença em duas horas, também identifica a resistência ou não ao antibiótico usado no tratamento da tuberculose (rifampicina), o que facilita a prescrição também mais ágil e correta do tratamento da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, a análise é automatizada, sem a necessidade de manuseio das amostras pelo profissional de saúde. Isto diminui o risco de contaminação. Desde fevereiro, 13.307 testes experimentais já foram realizados em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ). Dos exames feitos,14,2% deram positivos.

No teste tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado sai em 24 horas. No entanto, são necessários 60 dias para realizar o cultivo da microbactéria e mais 42 dias para se obter o diagnóstico de especificidade e sensibilidade à rifampicina, que não ultrapassam 60% a 70% de precisão. Com o novo método, os índices de sensibilidade são de 92,5% e o de especificidade chegam a 99%.

De acordo com o coordenador adjunto do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Fábio Moherdaui, o teste rápido além de aumentar os percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce, trará maior agilidade no diagnóstico da chamada “tuberculose resistente” e, consequentemente, permitirá uma redução da morbidade e mortalidade. "A agilidade na descoberta da doença vai evitar com que ela seja transmitida nas populações com maior vulnerabilidade social", afirma.

A tuberculose é uma doença que deve ser tratada corretamente. Em média, com seis meses a pessoa já está curada. Entretanto, antes deste período, cerca de 9% dos contaminados desistem do tratamento devido à melhora aparente na tosse e febre. O abandono do tratamento é chamado de indução da resistência - bactérias que sobrevivem ao antibiótico, ficam mais resistentes, se multiplicam e são transmitidas. Com isso, a possibilidade de tratamento diminui, podendo até levar à morte do indivíduo.


"No Brasil, a transmissão da doença é muito baixa, apenas 1%, mesmo assim devido à falta de conhecimento. A tuberculose é uma questão social muito importante, que atinge principalmente regiões com maior vulnerabilidade social. Porém, se a população recebesse mais informações de profissionais da saúde, este número seria nulo", explica Moherdaui.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, no ano passado, foram registrados 71.337 casos de tuberculose. A incidência da doença estava em torno de 37,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, abaixo dos números de dez anos antes, quando a proporção estava em 42,8 por 100 mil habitantes. Nesse período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi 4,6 mil.

O estudo sobre a viabilidade do uso do teste foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, com investimento de 1,8 milhão de dólares. Depois de Manaus e do Rio de Janeiro, o projeto seguirá para as cidades que apresentam maior incidência da doença, como Recife e Porto Alegre. Ao longo do ano de 2013, o teste será implantado em todas as capitais e em cerca de 40 municípios.

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