Brasil

Superávit também será positivo em março, adianta Tesouro

Em março do ano passado, o déficit foi de R$ 4,554 bilhões

Augustin, secretário do Tesouro, defendeu mecanismos de descumprimento do superávit nas diretrizes orçamentárias (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Augustin, secretário do Tesouro, defendeu mecanismos de descumprimento do superávit nas diretrizes orçamentárias (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2011 às 18h09.

Brasília – Depois de registrar déficit no ano passado, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) vai fechar o mês de março com superávit primário, adiantou hoje (29) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele evitou dar números, mas disse que o comportamento das contas públicas em janeiro e fevereiro asseguram o resultado positivo este mês.

Em março do ano passado, o déficit foi de R$ 4,554 bilhões. O secretário reafirmou que o setor público cumprirá, em 2011, a meta de superávit de R$ 117,9 bilhões (R$ 81,8 bilhões do Governo Central e R$ 36,1 bilhões de estados e municípios) sem recorrer ao abatimento de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em 2009 e 2010, o Governo Central cumpriu as metas de superávit primário, mas teve de descontar as despesas do PAC para cobrir os rombos nas contas dos estados e municípios. “Desta vez, asseguro que esse cenário não vai se repetir, até porque, em 2010, havia medidas de estímulo econômico ainda em vigor que não voltarão a ocorrer este ano”, afirmou. O superávit primário é a economia de recursos feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública.

Apesar de prometer que os mecanismos que permitem o descumprimento da meta cheia de superávit primário não serão usados neste ano, o secretário defendeu a inclusão desses artifícios na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Isso nos permite liberar os gastos com o PAC em janeiro e dar prioridade para os investimentos, sem que o governo tenha de esperar chegar o meio do ano para fazer uma estimativa de receitas”, argumentou.

Além do abatimento de todo o gasto do PAC, a LDO autoriza que o excesso das metas de superávit primário dos anos anteriores e os restos a pagar (de exercícios anteriores) não sejam incluídos no cálculo do resultado fiscal em 2011. Segundo o secretário, esses mecanismos devem ser mantidos em 2012.

Sobre a diminuição dos investimentos em fevereiro, Augustin disse que a queda dos gastos de um mês para outro é natural e reflete a dinâmica das obras públicas. “É comum o cronograma de uma obra andar mais em um mês e reduzir o ritmo em outro. Fatores externos, como chuvas, podem interferir”, destacou.

Augustin manteve a projeção de que os investimentos continuarão a crescer este ano em ritmo maior que os gastos com custeio. Nos dois primeiros meses de 2011, as despesas de custeio (manutenção da máquina pública) subiram 30,6%, contra alta de 25,2% nos investimentos. Segundo ele, os efeitos do corte de R$ 50,1 bilhões no Orçamento sobre os gastos de custeio serão sentidos a partir de março ou abril.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilGovernoTesouro Nacional

Mais de Brasil

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

Mais na Exame