Superávit fica aquém da meta até agosto
Secretário de Tesouro acredita que meta será atingida em setembro, que deverá ter o maior saldo da história
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2010 às 13h38.
Brasília - O resultado primário do governo central acumulado até agosto ficou um pouco abaixo da meta prevista para o período, apesar do crescimento da economia e dos esforços do governo para antecipar receitas de dividendos das estatais.
Mas o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reiterou que a meta fiscal de 2010 será cumprida, sem abatimentos de despesas com obras, e antecipou que setembro terá o maior superávit da história das contas públicas.
Augustin indicou que o saldo será inflado por receitas relativas à capitalização da Petrobras, apesar de alegar restrições regulatórias para comentar o assunto em detalhes antes da liquidação da operação.
"O resultado do mês de setembro vai ser um resultado expressivo, nós temos receitas administradas de tributos bastante expressivas... e também teremos as receitas chamadas do Tesouro, dentre as quais de concessões", afirmou a jornalistas.
Ele acrescentou que o superávit de setembro vai superar o saldo de 16,7 bilhões de reais apurado em abril de 2008, recorde até então.
Em agosto, o governo central fez um superávit primário de 4 bilhões de reais, ante saldo positivo de 3,383 bilhões de reais no mesmo mês do ano passado.
O superávit acumulado no ano, de 29,713 bilhões de reais, ficou um pouco abaixo do estabelecido como meta cheia para o período, de 30 bilhões de reais.
Essa meta estava fixada em 40 bilhões de reais até o mês passado, mas foi reduzida diante do fraco desempenho das contas até então.
As receitas totais do governo central cresceram 16,2 por cento no ano, para 537,5 bilhões de reais, enquanto as despesas tiveram alta de 17,2 por cento, a 418 bilhões de reais.
Em agosto, houve uma concentração do recolhimento de dividendos de estatais, em um total de 6,8 bilhões de reais. Deste valor, 1,4 bilhão de reais correspondeu a um repasse, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de dividendos atrasados que a União tem a receber da Eletrobras.
O saldo primário de janeiro a agosto correspondeu a 1,29 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Nos primeiros oito meses do ano passado, o governo central, que compreende Tesouro, Previdência e Banco Central, havia acumulado superávit de 1,16 por cento do PIB.
O governo tem como meta para todo o setor o público consolidado em 2010 um superávit primário equivalente a 3,3 por cento do PIB. Esse saldo pode ser reduzido com o desconto de investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Leia mais sobre o governo
Siga as últimas notícias de Economia no Twitter