Sumido nas redes sociais, protesto bate recorde de cidades
O que esperar de uma manifestação convocada pela internet que tem o menor índice de menções do histórico, mas chega a 430 cidades no Brasil e exterior?
Raphael Martins
Publicado em 14 de março de 2016 às 12h12.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 15h31.
São Paulo – Acontece neste domingo (13), o quinto ato contra o governo Dilma Rousseff . As manifestações pedindo impeachment chegam a mais de 430 cidades no Brasil e países como Estados Unidos, França, Canadá e Inglaterra.
A previsão dos movimentos Vem Pra Rua, Revoltados Online e Movimento Brasil Livre estimam que esta será a maior dos protestos contra o PT , apostando na efervecência de denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato e do Ministério Público de São Paulo, que vieram a tona nas últimas semanas.
Fundamentados na internet, a convocação pelas redes sociais parece modesta para tão altas expectativas. São 360 mil confirmados no evento oficial do movimento para todo o Brasil, enquanto, só em São Paulo , a Secretaria de Segurança Pública espera 1 milhão de protestantes na Avenida Paulista.
"Mesmo com números muito menores, ainda acreditamos que a manifestação será muito grande”, afirma Manoel Fernandes, diretor da Bites Consultoria, que analisa a movimentação nas redes desde o 15 de março.
“Agora, o movimento de opinião digital não registra grandes números porque está cristalizada a motivação dos protestos, não há ninguém fazendo uma supercampanha ou tentando te convencer a comparecer.”
A empresa de análise de dados solta relatórios de comportamento dos manifestantes sempre que há protesto. Os números pendiam de consolidação até o fechamento desta reportagem, mas a percepção de que a presença tímida online não significa encolhimento dos protestos era consenso.
Segundo dados da Bites, a hashtag #vemprarua, uma das principais marcas dos opositores nas redes sociais, caiu de 165 mil menções de 12 de março a 12 de abril para 21 mil vezes nos últimos 30 dias.
“Hoje, o volume de referências e matérias republicadas sobre o assunto está muito baixo”, afirma Fernandes. “São duas hipóteses: ou não é mais preciso fazer nada para que as pessoas apareçam, ou que as pessoas cansaram de debater e apenas vão sair.”
Outros fatores de influência são a resposta de apoiadores do governo, que também já foi mais vigorosa, e o foco nas investigações no ex-presidente Lula, que tira a atenção dos protestos na pauta das redes sociais.
Veja abaixo quais cidades brasileiras têm protestos marcados para hoje e alguns números do presença das manifestações nas redes sociais.