Sul é o novo epicentro da covid-19 e governos vão integrar leitos de UTI
Os três governadores se reuniram nesta quarta-feira, 17, para falar sobre medidas unificadas. Levantamento mostra que ocupação está em 100%
Gilson Garrett Jr
Publicado em 17 de março de 2021 às 18h24.
Última atualização em 17 de março de 2021 às 18h43.
Os três estados do Sul do Brasil vivem o pior momento da pandemia de covid-19 . Para unificar esforços, os governadores do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina se reuniram nesta quarta-feira, 17, em Florianópolis, para definir estratégias de combate ao coronavírus. A primeira ação é a unificação do centro de regulação de leitos de UTI, para disponibilizar vagas ao estado vizinho, se necessário.
A situação mais dramática é do Rio Grande do Sul, que tem 100% na ocupação de leitos de UTI. Na quarta-feira, 16, o estado teve o maior número de mortes registradas em 24 horas desde o início da pandemia: 502. Em Santa Catarina a ocupação de leitos está em 99%, e no Paraná é de 96%, segundo Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz.
“O Sul é o epicentro dessa crise. A variante P1 [ que surgiu no estado do Amazonas ] é responsável por 80% dos casos nos três estados. O que se apresenta é uma nova doença, um momento novo e diferenciado”, disse o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
O encontro dos governadores teve a presença virtual do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do indicado para substituí-lo, Marcelo Queiroga. Eduardo Leite (PSDB), chefe do Executivo gaúcho, disse que a presença do governo federal foi fundamental para unir esforços e receber o apoio necessário. “Os ministros prometeram reforçar o envio de vacinas aos três estados”, disse.
Além da unificação dos leitos de UTI, haverá também a troca entre os três estados de insumos e de equipamentos necessários para atendimento dos pacientes internados, como oxigênio, por exemplo. Os três também podem comprar juntos esses itens necessários, para facilitar a logística e negociação.
“O que nós vivemos na pandemia de 10 de fevereiro para trás, não tem nada a ver com o que vivemos agora. É um momento muito mais duro, por causa dessa cepa, que chegou muito forte. Uma estratégia é trocar informações, o que aconteceu de positivo, por termos perfis muito parecidos”, disse Ratinho Junior (PSC), governador do Paraná.
No fim de fevereiro, os três estados adotaram medidas similares para diminuir a circulação da população. Paraná e Rio Grande do Sul decretaram toque de recolher à noite. Na capital paranaense, Curitiba, está em vigor um lockdown desde o último fim de semana. Em Santa Catarina, todos o serviços não essenciais precisam fechar aos finais de semana, mas o governador Carlos Moisés não descarta a possibilidade de ampliar a restrição.