O aumento das barreiras comerciais afetará o comércio entre a China e o restante do mundo (Saul Loeb/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 16h40.
Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 16h51.
Os países do Sudeste Asiático estarão entre aqueles que mais vão se beneficiar das mudanças no comércio mundial nos próximos dez anos, revelou um estudo publicado pelo Boston Consulting Group (BCG) nesta segunda-feira, 8.
O crescimento do comércio nesta área está estimado em US$ 1,2 trilhão (R$ 5,84 trilhões na cotação atual) nos próximos dez anos, "devido à emergência dessa região como destino-chave para as empresas que buscam reduzir sua dependência da China", indica o relatório anual dessa consultoria internacional.
Tanto o contexto de crise sanitária quanto o crescente confronto entre China e Estados Unidos afetaram o comércio mundial nos últimos três anos.
Neste contexto, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) representa uma "alternativa atraente para a China, por sua população jovem e dinâmica, sua economia diversificada e sua neutralidade nos confrontos geopolíticos", destaca o estudo.
O relatório utilizou dados históricos e técnicas de inteligência artificial para traçar previsões no intervalo de uma década.
De acordo com o estudo, o aumento das barreiras comerciais afetará o comércio entre a China e o restante do mundo.
Nessa linha, as transações entre o gigante asiático e os Estados Unidos deverão diminuir em US$ 197 bilhões (R$ 959,3 bilhões) em relação a 2022, três vezes mais do que o previsto pelo BCG no ano passado.
As transações comerciais com a Europa continuarão crescendo, embora em um ritmo menos sustentado do que antes.
O fortalecimento dos laços comerciais com parceiros mais amistosos e a diversificação da oferta também impulsionarão o comércio da Europa com os Estados Unidos, que, segundo o estudo, aumentará 38%, bem como com Índia (+66%) e Turquia (+23%), até 2032.
Quanto à Rússia, em guerra contra a Ucrânia desde fevereiro de 2022, suas trocas comerciais com a União Europeia devem recuar de US$ 222 bilhões (R$ 1,08 trilhão), mas aumentarão significativamente com China e Índia.