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STF suspende inquérito contra Temer por imunidade presidencial

Constituição proíbe que o presidente seja denunciado por atos anteriores ao mandato; inquérito apura um repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht ao MDB

Michel Temer: inquérito investiga se presidente é culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: inquérito investiga se presidente é culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 15h59.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 16h01.

Brasília - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou nesta quarta-feira, 31, pedido feito há um mês pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de suspender o inquérito que investiga suspeita de repasse de dinheiro da empreiteira Odebrecht ao presidente Michel Temer.

Fachin concordou com a alegação da PGR de que a Constituição proíbe que o presidente seja denunciado por atos anteriores ao mandato, de acordo com a decisão do ministro.

No começo de setembro, a Polícia Federal havia sugerido o indiciamento de Temer pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em inquérito que apura um repasse de 10 milhões de reais feito pela Odebrecht ao MDB, partido do presidente, em 2014, quando Temer era vice-presidente da República. Procurada, a defesa de Temer não respondeu de imediato pedido de comentário sobre a decisão do ministro do Supremo.

Em nota anterior, o Palácio do Planalto havia classificado as conclusões da PF sobre Temer no inquérito de "um atentado à lógica e à cronologia dos fatos", e afirmou à época do indiciamento que o que foi pedido à Odebrecht durante um jantar em 2014 foram recursos para campanhas eleitorais que, de acordo com nota, foram registrados na conta do partido e declarados à Justiça Eleitoral.

Fachin também aceitou pedido de Dodge para reconhecer a incompetência do STF para processar os demais investigados no inquérito, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, e decidiu remeter o caso para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para prosseguir com a apuração.

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