Ex-assessor Fabrício Queiroz teria depositado R$ 72 mil na conta de Michelle Bolsonaro, de 2011 a 2016 (Andressa Anholete/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 5 de julho de 2021 às 12h49.
Última atualização em 5 de julho de 2021 às 12h53.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria de votos para arquivar o pedido de investigação sobre os cheques depositados pelo ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Até o momento, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber seguiram o voto do relator, Marco Aurélio Mello. O julgamento virtual começou no último dia 25 e pode durar até 2 de agosto.
O decano, em seu voto, reforçou os argumentos da decisão que ele próprio havia dado em 11 de maio, quando arquivou o pedido de investigação -- considerando a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com o parecer da PGR, os argumentos contra Bolsonaro “são inidôneos, por ora, para ensejar a deflagração de investigação criminal, face à ausência de lastro probatório mínimo”.
O pedido de investigação pelo Supremo foi feito em 2020 pelo advogado Ricardo Bretanha Schmidt. Em uma notícia-crime enviada ao STF, o advogado citou matérias jornalísticas que revelavam, com base na quebra do sigilo bancário de Fabrício Queiroz — ex-assessor de Flávio Bolsonaro apontado pelo MP como operador do esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual na Alerj —, que o ex-assessor depositou R$ 72 mil na conta de Michelle Bolsonaro, de 2011 a 2016.
Os extratos bancários mostram que pelo menos 21 cheques foram depositados na conta de Michelle. Ela recebeu de Queiroz três cheques de R$ 3 mil em 2011, seis cheques no mesmo valor em 2012 e mais três de R$ 3 mil em 2013. Em 2016, foram mais nove depósitos, totalizando R$ 36 mil. Segundo a "Crusoé", os cheques foram compensados em 25 de abril, 19 e 23 de maio, 20 de junho, 13 de julho, dois em 22 de setembro, 14 de novembro e 22 de dezembro.