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SP alerta para capacidade do SUS: "Se não tomarmos medidas, será tarde"

De acordo com Dimas Covas, chefe do Centro de Contingência do Coronavírus, a doença está se espalhando rapidamente pelas periferias de São Paulo

Atendimento: três hospitais de campanha já estão em funcionamento na capital paulista (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Atendimento: três hospitais de campanha já estão em funcionamento na capital paulista (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 14 de maio de 2020 às 14h13.

Última atualização em 14 de maio de 2020 às 15h08.

O novo coronavírus está se espalhando rapidamente pelas periferias da Grande São Paulo, segundo afirmou o governo do estado nesta quinta-feira, 14.

Ainda não há dados consolidados sobre a alta nessas regiões, mas a equipe de saúde fez um alerta, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, de que há uma grande preocupação com os desafios do isolamento social nesses bairros. 

Diante da alta densidade populacional, da divisão das casas com diversas pessoas e da ausência de transferências de rendas mais robustas, a população segue trabalhando e ocupando as ruas.

Segundo o coordenador do Centro de Contingência para o Coronavírus no estado de São Paulo, Dimas Covas, se não houver uma resposta rápida para esse cenário, a capacidade de atendimento no Sistema Único de Saúde ficará ainda mais comprometida. O alerta foi feito pelo médico após ser questionado se há a possibilidade de lockdown no estado.

"Nós não podemos esperar esgotar nossa capacidade de atendimento ou de ações específicas nessas regiões que são, na minha visão, as mais problemáticas. Se não tomarmos medidas agora, temo que daqui uma semana ou dez dias será tarde", disse.

Ele ainda destacou que as medidas de isolamento já adotadas mostram um outro grande problema: a desigualdade social. "Essas medidas de isolamento não são homogêneas. Elas têm uma estratificação social. Classes A, B e C têm mais adesão do que as demais classes porque dependem da movimentação até para sobrevivência", afirmou.

Uma das frentes de atuação do governo do estado está na construção do quarto hospital de campanha, dessa vez localizado em Heliópolis, que deve ser inaugurado em 20 de maio. O local terá capacidade de 200 leitos, sendo 148 de enfermaria, 28 de estabilização e 24 de UTI.

Nesta quinta-feira, 14, São Paulo tem 54.286 pessoas infectadas e 4.315 óbitos por coronavírus. Em 24 horas foram mais 197 mortes e 3.189 casos. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 69% em todo o estado e 85,5% na Grande São Paulo.

A taxa de isolamento registrado nesta quinta-feira é de 48% na capital e 47% no estado. "Precisamos trazer este índice para acima de 50%", alerta o secretário de Saúde, José Henrique Germann.

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