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"Sou limpo, meu patrimônio é limpo", diz Demóstenes

Senador voltou a ocupar a tribuna do plenário para fazer sua defesa na tentativa de evitar a cassação do seu mandato

Demóstenes Torres aguarda para fazer o quarto discurso na tentativa de convencer os senadores a votar contra o pedido de cassação (Wilson Dias/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 14h27.

Brasília - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a ocupar a tribuna do plenário para fazer sua defesa na tentativa de evitar a cassação do seu mandato na quarta-feira. Demóstenes fez dois pronunciamentos nesta sexta-feira repisando os argumentos usados desde o início da semana de que não tirou qualquer "proveito financeiro" da relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira .

"Sou limpo, meu patrimônio é limpo e quem quis me sujar não reuniu elementos nem colocando quatro delegados e dez agentes para me bisbilhotar, durante quatro anos, 24 horas por dia", disse o senador goiano, acusado, entre outros fatos, de ter despesas pessoais pagas pelo contraventor. As duas falas, uma pouco depois das 9 horas e outra por volta das 11h15, duraram cerca de 45 minutos para um plenário praticamente vazio.

Grampeado pela Polícia Federal em mais de 300 conversas com Cachoeira, Demóstenes afirmou que o "vazamento criminoso de escutas ilegais" pode levar às pessoas a especularem que ele seria "muito rico". O senador disse que vive apenas do salário parlamentar e, mesmo tendo ocupado funções e cargos com bons salários, como promotor de Justiça e secretário de Segurança Pública, considera ter um patrimônio "muito pequeno".

"O que mais tenho mesmo são discos. Tinha também muitos livros, mais de cinco mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para instituições públicas de Goiás", disse. "A depressão que me invadiu nesse episódio dos ataques à minha honra me impede de ler e ouvir música, os dois maiores prazeres de que desfruto", completou.

Nos dois discursos, o senador goiano repetiu quatro vezes que está sendo vítima de uma "injustiça". Mais uma vez desde o início da semana, ele disse que as gravações contra parlamentar que detém foro privilegiado sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) é ilegal e que há montagens nas conversas interceptadas dele.

Ao contrário dos três discursos anteriores, Demóstenes detalhou em boa parte do primeiro pronunciamento desta sexta-feira a análise feita pelo perito Joel Ribeiro Fernandes, a seu pedido, nos grampos. De acordo com a avaliação do perito, citada por ele, "são observados robustos indícios de edições nas informações acostadas nos autos". "É preciso esperar um laudo oficial para reconhecer se foi feita montagem para me incriminar", clamou o senador, lembrando que o Conselho de Ética negou pedido de realização de perícia nas gravações.

"Exerci o meu papel conquistado nas urnas sem me afastar do caminho da retidão. Jamais fiz algo que envergonhasse o povo do meu Estado que me honrou com seu apoio e seu voto, os meus amigos, a minha família ou o Senado da República. Nunca me envolvi em nada que manchasse o meu currículo", disse.

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Brasília - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a ocupar a tribuna do plenário para fazer sua defesa na tentativa de evitar a cassação do seu mandato na quarta-feira. Demóstenes fez dois pronunciamentos nesta sexta-feira repisando os argumentos usados desde o início da semana de que não tirou qualquer "proveito financeiro" da relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira .

"Sou limpo, meu patrimônio é limpo e quem quis me sujar não reuniu elementos nem colocando quatro delegados e dez agentes para me bisbilhotar, durante quatro anos, 24 horas por dia", disse o senador goiano, acusado, entre outros fatos, de ter despesas pessoais pagas pelo contraventor. As duas falas, uma pouco depois das 9 horas e outra por volta das 11h15, duraram cerca de 45 minutos para um plenário praticamente vazio.

Grampeado pela Polícia Federal em mais de 300 conversas com Cachoeira, Demóstenes afirmou que o "vazamento criminoso de escutas ilegais" pode levar às pessoas a especularem que ele seria "muito rico". O senador disse que vive apenas do salário parlamentar e, mesmo tendo ocupado funções e cargos com bons salários, como promotor de Justiça e secretário de Segurança Pública, considera ter um patrimônio "muito pequeno".

"O que mais tenho mesmo são discos. Tinha também muitos livros, mais de cinco mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para instituições públicas de Goiás", disse. "A depressão que me invadiu nesse episódio dos ataques à minha honra me impede de ler e ouvir música, os dois maiores prazeres de que desfruto", completou.

Nos dois discursos, o senador goiano repetiu quatro vezes que está sendo vítima de uma "injustiça". Mais uma vez desde o início da semana, ele disse que as gravações contra parlamentar que detém foro privilegiado sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) é ilegal e que há montagens nas conversas interceptadas dele.

Ao contrário dos três discursos anteriores, Demóstenes detalhou em boa parte do primeiro pronunciamento desta sexta-feira a análise feita pelo perito Joel Ribeiro Fernandes, a seu pedido, nos grampos. De acordo com a avaliação do perito, citada por ele, "são observados robustos indícios de edições nas informações acostadas nos autos". "É preciso esperar um laudo oficial para reconhecer se foi feita montagem para me incriminar", clamou o senador, lembrando que o Conselho de Ética negou pedido de realização de perícia nas gravações.

"Exerci o meu papel conquistado nas urnas sem me afastar do caminho da retidão. Jamais fiz algo que envergonhasse o povo do meu Estado que me honrou com seu apoio e seu voto, os meus amigos, a minha família ou o Senado da República. Nunca me envolvi em nada que manchasse o meu currículo", disse.

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