CPI da Covid: Queiroga reforçou ser contra a teoria de imunidade de rebanho por meio da contaminação massiva e destacou que toda aglomeração deve ser coibida (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de maio de 2021 às 16h48.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 22h34.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta terça-feira, 6, ser contra a quebra de patentes de vacinas contra a covid-19. Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, o ministro disse temer que o Brasil "não tem condições de produzir as vacinas", mesmo com a suspensão dos direitos de propriedade intelectual.
"Como nosso programa está calcado em vacinas como a Pfizer e Janssen, isso pode interferir negativamente no aporte de vacinas para o Programa Nacional de Imunização. Claro que isso é uma opinião inicial. Vi que o presidente Biden se manifestou. Isso carece de análise mais detida", afirmou Queiroga. Segundo mencionou, o governo publicou por meio do Diário Oficial da União (DOU) dispensa de licitação para a compra de 100 milhões de doses da Pfizer.
Em audiência pública nesta tarde, Queiroga reforçou ser contra a teoria de imunidade de rebanho por meio da contaminação massiva e destacou que toda aglomeração deve ser coibida. Questionado sobre as ações do presidente Jair Bolsonaro que causam o ajuntamento de pessoas, Queiroga evitou mencionar diretamente o chefe do Executivo: "toda aglomeração deve ser dissuadida, independente de quem faça".
De acordo com o ministro, a saída da crise sanitária deve ser por meio da vacinação. Conforme narrou, Queiroga disse ter presenciado o presidente falar em tratamento precoce em uma única oportunidade. Medicamentos como a cloroquina, sem eficácia comprovada contra a covid-19, são defendidos pelo presidente e governistas como alternativa às medidas profiláticas.