Mudanças na Câmara: onde entram Nikolas e Zé Trovão? (Depositphotos/Agência Câmara)
Agência O Globo
Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 16h49.
Deputados de primeiro mandato e expoentes do bolsonarismo, Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC) já receberam as chaves de seus novos gabinetes, no anexo IV da Câmara.
Enquanto o mineiro vai “herdar” o espaço de um deputado petista, o líder caminhoneiro já adesivou as portas do seu gabinete, com bela vista para o Lago Paranoá, com mensagens contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O prazo para que os gabinetes fossem desocupados pelos parlamentares da antiga legislatura venceu na segunda-feira e a entrega das chaves para os novos deputados foi antecipada para esta véspera de eleição da mesa diretora e posse por um ato da própria mesa. As funcionalidades, como ramais e computadores, só estarão disponíveis a partir de amanhã.
Nikolas Ferreira vai ficar com o gabinete que pertencia ao deputado Padre João (PT-MG), que fica em uma sala ao fim de um dos corredores do sétimo andar do prédio do Anexo IV. Apenas um papel, colado com fita adesiva sobre o nome do petista, indicava que aquele espaço seria ocupado pelo jovem parlamentar. O petista foi reeleito e mudará de gabinete.
Já o líder dos caminhoneiros Zé Trovão ficou com o escritório que pertenceu ao deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que é suplente. Sua equipe já verificava o espaço na tarde desta terça-feira e, embora a placa ainda identificasse o antigo ocupante, adesivos contra o presidente Lula já estavam fixados na porta. Mensagens como “Foram Lula”, “Eu não votei em ladrão” e “dezfazueli” ilustram a entrada de seu gabinete. Ele será vizinho de andar de Guilherme Boulos (Psol-SP), que vai ocupar um gabinete no mesmo corredor.
Na véspera da eleição da mesa diretora e posse dos novos deputados, a movimentação nos corredores da Câmara ainda é intensa, com muitas equipes de limpeza deixando tudo em ordem para a ocupação dos gabinetes e circulação.
Também houve reforço na segurança, principalmente após os atos golpistas do dia 8 de janeiro que culminaram com a invasão do Congresso e outros palácios. Os acessos ao Congresso pela Esplanada estão bloqueados e a entrada no prédio exige que todos, inclusive funcionários e pessoas com credenciais, passem pelos detectores de metal espalhados pelas entradas do prédio.