Dilma no programa do PT em 06 de agosto de 2015 (Reprodução/YouTube)
Talita Abrantes
Publicado em 6 de agosto de 2015 às 14h12.
São Paulo – Cinco meses depois do discurso no dia internacional da mulher que rendeu protestos e panelaços por todo o Brasil, a presidente Dilma Rousseff retorna hoje ao programa partidário do PT que será exibido em cadeia nacional a partir das 20h30.
O programa admite a crise econômica e pede empenho para que ela não se transforme em uma crise política, que "poderia trazer efeitos bem piores", segundo o argumento de uma das narradoras do vídeo.
"O alçapão mais perigoso é o que nos lança no conflito, sempre com final trágico para todos", afirma o ator José de Abreu, que apresenta o programa.
Em dois momentos distintos, o filme mostra uma seleção de imagens de oposicionistas ao governo Dilma - entre eles, o senador Aécio Neves (PSDB) e o pastor evangélico, Silas Malafaia - enquanto a narração afirma: "Não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos".
As primeiras imagens da presidente Dilma Rousseff aparecem apenas 4 minutos depois do início do programa. "Sei suportar pressões e até injustiças", afirma a presidente durante a fala de pouco mais de um minuto.
Prevendo a ameaça dos panelaços que ronda a veiculação do programa, o vídeo - que também traz aparições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - termina com uma ironia às manifestações:
Nos últimos tempos, começaram a dar uma nova utilidade às panelas. A gente não tem nada contra isso. Só queremos lembrar que somos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros, afirma Abreu.
E completa: Se tem gente que se encheu de nós, paciência. Estamos dispostos a ouvir, corrigir, melhorar, diz. Mas com as panelas vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e de esperança. Este é o panelaço que gostamos de fazer pelo Brasil.
Assista ao vídeo que já foi disponibilizado :
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta revela que a reprovação ao governo Dilma já é maior do que o percentual de brasileiros que considerava o governo de Fernando Collor de Mello como ruim ou péssimo, em 1992 - às vésperas do impeachment.