Presidente Dilma durante entrevista no Palácio do Planalto (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Raphael Martins
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 14h25.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 15h34.
São Paulo – O governo Dilma Rousseff chegou hoje (24) a apenas 11,4% de aprovação, retomando uma leve tendência de alta de popularidade desde o fundo do poço (8%) em julho de 2015. O índice foi divulgado hoje (24) pela 130ª Pesquisa CNT/MDA.
Em detalhes, Dilma teve 1,7% de ótimo, 9,7% de bom, 25,2% de regular, 17% de ruim e 44,7% de péssimo na pesquisa. A desaprovação somada, que era de 71% em julho de 2015, caiu para 70% em outubro e 62,4% em fevereiro.
Em sua principal vertente, o levantamento traz a avaliação pessoal e do governo da presidente Dilma e a expectativa da população em relação a emprego, renda, saúde, educação e segurança pública. (Veja o relatório completo abaixo)
O desempenho geral vai em linha com a primeira pesquisa de satisfação com a presidente do Instituto Ipsos, que registrou apenas 5% de ótimo ou bom para a gestão. Em fevereiro, para 79% dos entrevistados o governo era considerado ruim ou péssimo e 15% como regular.
Apesar de os números da Ipsos serem mais alarmantes, a pesquisa CNT/MDA também traz motivos de preocupação para a presidente. A aprovação do desempenho pessoal da presidente à frente do governo atinge 21,8% contra 73,9% de desaprovação.
Quando o assunto é impeachment, 55,6% dos entrevistados são a favor contra 40,3% contrários. Os números também mostram leve melhora para Dilma em relação a julho de 2015, quando os favoráveis chegaram a 62,8% versus 32,1% opostos.
Ao falar de crise, a pesquisa mostra que 79,3% das respostas consideram que a presidente Dilma não está sabendo lidar com a crise econômica. Apesar disso, apenas 17,2% atribuem à gestão da presidente a responsabilidade pelo cenário — a maioria de 62,1% consideram a corrupção como principal responsável.
Uma eventual culpa de Dilma é mais considerada pela população no âmbito da Operação Lava Jato. Para 67,8%, Dilma é culpada pela corrupção que está sendo investigada, enquanto 70,3% creem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve participação no esquema.
A operação em si e desdobramentos do esquema de corrupção na Petrobras foram citados, ao menos por conhecimento básico, por 88,6% dos entrevistados.
Foram 2.002 entrevistados, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança. O período de coleta de dados foi de 18 a 21 de fevereiro.
ELEIÇÕES
O desgaste do governo se reflete em cenários eleitorais pesquisados pela CNT/MDA. Em intenção de voto espontânea (sem indicação de candidatos), Dilma é apenas a quarta lembrada, atrás de Aécio Neves (10,7%), Lula (8,3%), Marina Silva (3,9%) e Jair Bolsonaro (3,2%).
A pesquisa criou ainda três cenários de primeiro turno para as eleições presidenciais de 2018 com possíveis candidatos.
No primeiro, Aécio Neves (PSDB) sai na frente com 24,6% das intenções de voto quando confrontado com Lula (19,1%), Marina Silva (14,7%), Jair Bolsonaro (6,1%) e Ciro Gomes (5,8%). Brancos e nulos são 19,6% e indecisos 10,1%.
O PSDB cai para terceiro ao substituir Aécio pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (13,8%): Lula passa a frente com 19,7%, seguido de Marina Silva (18%). Se o candidato tucano for José Serra, as posições se mantém iguais ao cenário anterior.
NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS
Se a imagem de Dilma como política está corroída, para a gestão do executivo estadual e municipal o cenário não é tão distante. A pesquisa CNT/MDA trouxe também a avaliação de governadores e prefeitos, divididos em ótimo, bom, regular, ruim e péssimo.
Só 2,5% dos entrevistados avaliam o governador de seu estado como ótimo, 20,1% como bom, 39,1% como regular, 13,7% como ruim e 19,9% como péssimo.
Em relação aos municípios, 6,1% avaliam o prefeito como ótimo, 23,2% como bom, 29,3% como regular, 13,1% como ruim e 26,2% como péssimo.