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Silhuetas de corpos desenhadas em largo alertam para mortes

Calçamento de pedra portuguesa do Largo da Carioca, no centro da capital fluminense, amanheceu hoje (3) com desenhos da silhueta de 4 mil corpos


	Largo da Carioca: campanha, lançada em novembro no Parque Madureira, também inclui uma petição que pede mudanças no protocolo que trata da ação policial nos espaços populares
 (Robertobra/WikimediaCommons)

Largo da Carioca: campanha, lançada em novembro no Parque Madureira, também inclui uma petição que pede mudanças no protocolo que trata da ação policial nos espaços populares (Robertobra/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 18h27.

Rio de Janeiro – O calçamento de pedra portuguesa do Largo da Carioca, no centro da capital fluminense, amanheceu hoje (3) com desenhos da silhueta de 4 mil corpos. A ação faz parte da campanha Juventude Marcada para Viver, da organização não governamental (ONG) Observatório de Favelas. O ato chama a atenção da sociedade para o número de assassinatos cometidos por ano no estado e exige do Poder Público ações para diminuir a morte de jovens negros no Rio de Janeiro.

De acordo com a diretora do Observatório de Favelas Raquel Willadino, em 2012 foram registrados 4.043 homicídios. “A gente vem desenvolvendo um conjunto grande de ações que tem procurado trabalhar a perspectiva de romper com a naturalização das mortes que estão afetando a juventude negra no nosso estado, e aí criar desconcertos. Nesse sentido, a pintura dos corpos vem nessa perspectiva de provocar quem está passando pela rua a refletir sobre um problema que é muito contundente no nosso estado, mas que é muito pouco trabalhado em termos de debate público”, disse.

Raquel explicou ainda que a campanha, lançada em novembro no Parque Madureira, também inclui uma petição que pede mudanças no protocolo que trata da ação policial nos espaços populares. “No nosso ponto de vista é fundamental uma discussão sobre a reforma estrutural das polícias. A gente tem no país 50 mil homicídios por ano. Esse não é um quadro recente, os homicídios se concentram na juventude, e dentro da juventude tem um recorte muito forte na juventude negra. É um problema nacional, é um problema no nosso estado”, declarou.

Segundo a diretora, o princípio fundamental da proposta é a valorização da vida dos moradores de espaços populares. “No Rio de Janeiro a gente está fazendo uma análise de como os homicídios afetam a juventude negra e também como os homicídios, decorrentes da ação policial, afetam esse grupo. A gente identificou que o risco de um jovem negro ser morto em uma ação da polícia é quatro vezes superior ao risco de um jovem branco. A gente entende que a questão do controle da ação policial é importante como um dos elementos do enfrentamento desse quadro”.

A petição da campanha Juventude Marcada para Viver pode ser assinada até o dia 20 de dezembro pelo site http://www.jmv.org.br.

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