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"Setembro Amarelo" promove labirinto de girassóis e debate sobre depressão

Segundo a OMS, uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos e o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos

Setembro Amarelo: campanhas de prevenção ao suicídio ocorrem pelo país (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Setembro Amarelo: campanhas de prevenção ao suicídio ocorrem pelo país (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 14h16.

No Setembro Amarelo, mês em que se conscientiza sobre a prevenção do suicídio, muitas ações são promovidas pelos setores público e privado para discutir as questões que permeiam o tema. Um delas é a depressão, principal fator de risco para uma pessoa pensar em tirar a própria vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos e o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

A fim de incentivar uma conversa sobre o assunto, a campanha "Na Direção da Vida - Depressão sem Tabu" vai colocar um labirinto de girassóis no Largo da Batata, em Pinheiros, bairro da zona oeste da cidade de São Paulo.

Com 120 metros quadrados de extensão e quase dois mil girassóis, a instalação abre ao público a partir desta terça-feira, 10, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, e fica montada para visitação gratuita até o dia 14 de setembro.

Quem passar pelo labirinto poderá conferir a jornada de uma pessoa com depressão, desde a dificuldade do diagnóstico até o enfrentamento dos diferentes desafios que podem surgir nessa trajetória, como preconceito ou sensação de inadequação.

Os visitantes também poderão deixar uma mensagem de apoio para quem convive com a doença. Após o término da instalação, as flores usadas no labirinto e os bilhetes serão transformados em buquês para presentear pessoas de algumas instituições da cidade por meio do trabalho realizado por uma organização não-governamental.

A campanha "Na Direção da Vida - Depressão sem Tabu" é conduzida pela Upjohn, divisão focada em doenças crônicas não-transmissíveis da Pfizer, pela área de medicina interna da empresa, pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), com participação do Centro de Valorização da Vida (CVV).

"Por muito tempo, o suicídio foi colocado como um grande tabu em nossa sociedade. Imaginava-se, tempos atrás, que falar sobre isso poderia estimular as pessoas a tirar a própria vida. Mas sabemos que isso não é verdade. Ao contrário: é a solidão que pode potencializar esse risco", diz Renato Caetano, presidente do CVV.

"A melhor forma de ajudar é ouvir o indivíduo com calma e empatia, sem julgamentos, demonstrando cuidado e afeição, fortalecendo sua rede de apoio. Cabe destacar a importância de pedir ajuda especializada, tanto médica quanto emocional", completa.

Campanha na internet

No ambiente online, a campanha promove a hashtag #depressaosemtabu e convida os internautas a postarem o ícone do girassol da vida nas redes sociais para mostrar a todos que estão dispostos a falar sobre o tema. Informações importantes sobre a depressão e o manifesto da campanha estão no site http://www.depressaosemtabu.com.br. A página também traz dicas de como identificar comportamentos de risco em pessoas próximas.

Depressão e suicídio

Especialistas afirmam que a depressão é o principal fator de risco para o suicídio. Isso porque a doença psiquiátrica causa tristeza profunda e pessimismo, sentimentos que podem culminar em comportamentos suicidas. Uma revisão sistemática de 31 artigos sobre o tema apontou que 35,8% das pessoas que cometeram suicídio tinham transtornos de humor, classificados como depressão.

Embora a ideação suicida esteja presente em 60% das pessoas com depressão, 15% delas de fato atentam contra a própria vida. Ou seja, nem toda pessoa diagnosticada com depressão cometerá suicídio, mas os sintomas da doença são um sinal de alerta.

Buscando ajuda

No Brasil, o CVV oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas por dia a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas. "Mesmo que você não tenha certeza de que precisa de nossa ajuda, não tenha receios em entrar em contato com a gente. Um de nossos voluntários estará à sua disposição", explica a equipe do site.

A organização, uma das mais antigas do Brasil, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 e também por chat, e-mail e pessoalmente.

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