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Serra tenta se distanciar de escândalo de licitações

Serra foi acusado pelo jornal "Folha de S. Paulo" de ter proposto um acordo que permitira uma "divisão" de contratos para a compra de 40 novos trens para a CPTM

José Serra: em mensagem publicada hoje no Facebook, Serra afirmou que na licitação de 2008 não houve nenhuma irregularidade. (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 13h33.

São Paulo - O ex-governador de São Paulo, José Serra , negou nesta sexta-feira a formação de um acordo com empresas que participaram da licitação para compra em 2008 de trens da CPTM, a empresa de transporte sobre trilhos do governo paulista.

Serra foi acusado pelo jornal "Folha de S. Paulo" de ter proposto um acordo que permitira uma "divisão" de contratos para a compra de 40 novos trens para a CPTM, envolvendo a empresa alemã Siemens e a espanhola CAF.

A Siemens apresentou a segunda melhor proposta da licitação, mas esperava ficar com o contrato se conseguisse desqualificar a CAF, que apresentou uma proposta com preço inferior.

De acordo com uma mensagem de um executivo da Siemens à qual a "Folha" teve acesso, Serra avisou que a licitação seria cancelada se a CAF fosse desqualificada, mas "consideraria" outras soluções para evitar uma disputa empresarial.

Uma das saídas seria a divisão da encomenda com a Siemens, subcontratando a empresa alemã para a execução de 30% do contrato.

O assunto está sendo investigado pelo Ministério Público, sobre a base de um relatório do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça.

Além deste caso específico envolvendo a compra de trens para a CPTM, o documento afirma que a Siemens fez acordos desde 2001 para dividir os contratos de manutenção de trens da CPTM e do Metrô em São Paulo com a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a japonesa Mitsui e as espanholas CAF e Temoinsa.


A Siemens ficou com o contrato para a reforma dos trens do modelo S3000, da CPTM, estipulando o preço com o resto das empresas, que em troca ficariam responsáveis pelos trens S2000 e S2100, segundo o documento do Cade.

Em mensagem publicada hoje no Facebook, Serra afirmou que na licitação de 2008 não houve nenhuma irregularidade, que as empresas favorecidas com os contratos foram as que ofereceram "os melhores preços" e "condições".

No caso da Siemens, que segundo o jornal "Estado de S. Paulo" pagou propinas de mais US$ 10 milhões a dois funcionários brasileiros que supostamente se encarregaram de intermediar a operação com as autoridades, Serra também negou as supostas irregularidades.

O "Estado de S. Paulo" também denunciou hoje que a empresa Alstom distribuiu US$ 20 milhões de propina em São Paulo durante a década de 1990 e disse ter obtido a informação com a Justiça suíça, que investigou a empresa francesa por irregularidades em contratos assinados em vários países.

Segundo o ex-governador, nas licitações sempre "prevaleceu a concorrência realizada e os preços mais baixos".

O atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou hoje que iniciará uma investigação paralela sobre o assunto e considerou "indispensável" que "se chegue à verdade".

Segundo Alckmin, as autoridades paulistas irão "até as últimas consequências para processar e punir os responsáveis", se as denúncias da imprensa forem confirmadas.

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São Paulo - O ex-governador de São Paulo, José Serra , negou nesta sexta-feira a formação de um acordo com empresas que participaram da licitação para compra em 2008 de trens da CPTM, a empresa de transporte sobre trilhos do governo paulista.

Serra foi acusado pelo jornal "Folha de S. Paulo" de ter proposto um acordo que permitira uma "divisão" de contratos para a compra de 40 novos trens para a CPTM, envolvendo a empresa alemã Siemens e a espanhola CAF.

A Siemens apresentou a segunda melhor proposta da licitação, mas esperava ficar com o contrato se conseguisse desqualificar a CAF, que apresentou uma proposta com preço inferior.

De acordo com uma mensagem de um executivo da Siemens à qual a "Folha" teve acesso, Serra avisou que a licitação seria cancelada se a CAF fosse desqualificada, mas "consideraria" outras soluções para evitar uma disputa empresarial.

Uma das saídas seria a divisão da encomenda com a Siemens, subcontratando a empresa alemã para a execução de 30% do contrato.

O assunto está sendo investigado pelo Ministério Público, sobre a base de um relatório do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça.

Além deste caso específico envolvendo a compra de trens para a CPTM, o documento afirma que a Siemens fez acordos desde 2001 para dividir os contratos de manutenção de trens da CPTM e do Metrô em São Paulo com a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a japonesa Mitsui e as espanholas CAF e Temoinsa.


A Siemens ficou com o contrato para a reforma dos trens do modelo S3000, da CPTM, estipulando o preço com o resto das empresas, que em troca ficariam responsáveis pelos trens S2000 e S2100, segundo o documento do Cade.

Em mensagem publicada hoje no Facebook, Serra afirmou que na licitação de 2008 não houve nenhuma irregularidade, que as empresas favorecidas com os contratos foram as que ofereceram "os melhores preços" e "condições".

No caso da Siemens, que segundo o jornal "Estado de S. Paulo" pagou propinas de mais US$ 10 milhões a dois funcionários brasileiros que supostamente se encarregaram de intermediar a operação com as autoridades, Serra também negou as supostas irregularidades.

O "Estado de S. Paulo" também denunciou hoje que a empresa Alstom distribuiu US$ 20 milhões de propina em São Paulo durante a década de 1990 e disse ter obtido a informação com a Justiça suíça, que investigou a empresa francesa por irregularidades em contratos assinados em vários países.

Segundo o ex-governador, nas licitações sempre "prevaleceu a concorrência realizada e os preços mais baixos".

O atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou hoje que iniciará uma investigação paralela sobre o assunto e considerou "indispensável" que "se chegue à verdade".

Segundo Alckmin, as autoridades paulistas irão "até as últimas consequências para processar e punir os responsáveis", se as denúncias da imprensa forem confirmadas.

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