Serra delega ao PSDB ataques em temas nacionais
Para evitar nacionalizar a disputa eleitoral deste ano e se poupar, o líder tucano nas pesquisas de intenção de voto tem se blindado de temas controversos
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h09.
São Paulo - O pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra , passou a "terceirizar" para o PSDB a exploração de assuntos polêmicos e que não constam da agenda municipal. Para evitar nacionalizar a disputa eleitoral deste ano e se poupar, o líder nas pesquisas de intenção de voto tem se blindado de temas controversos.
A exploração política da greve nas universidades federais, do julgamento do mensalão e da polêmica entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, por exemplo, foi delegada a dirigentes do PSDB e a líderes tucanos no Congresso. Mas o tom dos ataques aos adversários e até as notas divulgadas à imprensa passam pelo crivo da assessoria de comunicação da campanha.
O objetivo é acentuar a relação do tucano com temas municipais, já que sua imagem ainda estaria "contaminada" pela disputa nacional de 2010. Também visa a preservar Serra, que ao deixar de ser o emissário dos ataques passaria, então, a candidato "paz e amor", expressão usada por Lula na campanha de 2002, quando liderava as pesquisas e evitava entrar em confronto com outros candidatos.
Na semana passada, o pré-candidato se manteve longe de polêmicas. Mas em nome dele o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR), e o vereador paulistano Floriano Pesaro responsabilizaram o pré-candidato Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação, pela greve das universidades federais, num movimento que teve como origem o QG da campanha serrista. "A gestão dele não o credencia a ser prefeito", chegou a dizer Guerra.
Há dez dias, tucanos organizaram um ato de desagravo a Mendes, depois que o ministro disse ter sido pressionado por Lula para postergar o julgamento do mensalão. O encontro foi esvaziado após a coordenação da campanha avaliar que, mesmo encabeçado por parlamentares, respingaria em Serra. "Qualquer movimento ligando o candidato a tema nacional tira a legitimidade da candidatura a prefeito. Cria uma névoa. E é isso que queremos evitar", disse um tucano.
Nacional
Para Guerra, os temas nacionais não serão o centro da eleição municipal, embora assuntos como o mensalão ajudem a oposição como um todo, "desde que não haja partidarização". "Transformar a discussão sobre o mensalão em campanha não ajuda ninguém", afirmou. Segundo o tucano, a questão perderá importância se o eleitor a interpretar como luta partidária.
Para o PT, a nacionalização do debate por tucanos, em nome de Serra, não atrapalha o petista. "Haddad não tem nada a ver com o mensalão. Sempre esteve distante disso. Não vai afetar em nada", avaliou o coordenador da campanha, Antonio Donato. "Já fizeram isso e não deu certo em 2010. Não vai dar de novo."
Segundo o vereador José Américo (PT), em eleições passadas a sigla encomendou pesquisas que detectaram que a pecha do mensalão não teria influência sobre seus candidatos - em 2010, por exemplo, Dilma Rousseff não foi "contaminada" pelo caso.
Na visão do PT, o eleitorado isentaria Lula pelo mensalão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
São Paulo - O pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra , passou a "terceirizar" para o PSDB a exploração de assuntos polêmicos e que não constam da agenda municipal. Para evitar nacionalizar a disputa eleitoral deste ano e se poupar, o líder nas pesquisas de intenção de voto tem se blindado de temas controversos.
A exploração política da greve nas universidades federais, do julgamento do mensalão e da polêmica entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, por exemplo, foi delegada a dirigentes do PSDB e a líderes tucanos no Congresso. Mas o tom dos ataques aos adversários e até as notas divulgadas à imprensa passam pelo crivo da assessoria de comunicação da campanha.
O objetivo é acentuar a relação do tucano com temas municipais, já que sua imagem ainda estaria "contaminada" pela disputa nacional de 2010. Também visa a preservar Serra, que ao deixar de ser o emissário dos ataques passaria, então, a candidato "paz e amor", expressão usada por Lula na campanha de 2002, quando liderava as pesquisas e evitava entrar em confronto com outros candidatos.
Na semana passada, o pré-candidato se manteve longe de polêmicas. Mas em nome dele o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR), e o vereador paulistano Floriano Pesaro responsabilizaram o pré-candidato Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação, pela greve das universidades federais, num movimento que teve como origem o QG da campanha serrista. "A gestão dele não o credencia a ser prefeito", chegou a dizer Guerra.
Há dez dias, tucanos organizaram um ato de desagravo a Mendes, depois que o ministro disse ter sido pressionado por Lula para postergar o julgamento do mensalão. O encontro foi esvaziado após a coordenação da campanha avaliar que, mesmo encabeçado por parlamentares, respingaria em Serra. "Qualquer movimento ligando o candidato a tema nacional tira a legitimidade da candidatura a prefeito. Cria uma névoa. E é isso que queremos evitar", disse um tucano.
Nacional
Para Guerra, os temas nacionais não serão o centro da eleição municipal, embora assuntos como o mensalão ajudem a oposição como um todo, "desde que não haja partidarização". "Transformar a discussão sobre o mensalão em campanha não ajuda ninguém", afirmou. Segundo o tucano, a questão perderá importância se o eleitor a interpretar como luta partidária.
Para o PT, a nacionalização do debate por tucanos, em nome de Serra, não atrapalha o petista. "Haddad não tem nada a ver com o mensalão. Sempre esteve distante disso. Não vai afetar em nada", avaliou o coordenador da campanha, Antonio Donato. "Já fizeram isso e não deu certo em 2010. Não vai dar de novo."
Segundo o vereador José Américo (PT), em eleições passadas a sigla encomendou pesquisas que detectaram que a pecha do mensalão não teria influência sobre seus candidatos - em 2010, por exemplo, Dilma Rousseff não foi "contaminada" pelo caso.
Na visão do PT, o eleitorado isentaria Lula pelo mensalão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.