Serra, durante Fórum de Biarritz, na França, acusou Lula de não ter um modelo econômico (Fábio Rodrigues Pozzebom/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 20h02.
Biarritz, França - O ex-candidato à Presidência, José Serra, acusou nesta sexta-feira em Biarritz (sul da França) o Governo do presidente em fim de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva, de desindustrializar o país e fazer "populismo" de direita em matéria econômica.
Em seu discurso no encerramento do XI Fórum de Biarritz, dedicado a analisar as relações entre América Latina e União Europeia (UE), Serra expôs algumas ideias que, segundo ele, "não pôde discutir como gostaria durante a campanha" eleitoral.
Serra declarou que o Brasil "é um país fechado ao exterior", no qual "há um processo claro de desindustrialização", e criticou "a fraqueza" dos investimentos do Governo e a elevada carga tributária.
"É um Governo populista de direita em matéria econômica", disse Serra em relação ao Executivo de Lula, a quem também acusou de exercer um "populismo cambial" e de não ter um modelo econômico.
"A democracia não é só ganhar eleições, é governar democraticamente", disse Serra, que também criticou o modelo de "orçamento participativo", no qual o contribuinte pode decidir sobre a distribuição de parte dos impostos, adotado pelo Brasil e por outros países latino-americanos.
O ex-candidato também acusou o Governo de "se unir a ditaduras, como a do Irã". Nesse momento, foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que estava na plateia, e gritou "por que não se cala?", provocando um momento de alvoroço na sala.
Após Serra, tomaram a palavra outros participantes do Fórum de Biarritz, como o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, que preside o encontro.