Será necessário intervalo para tomar a vacina contra a gripe e covid-19
Campanha contra o vírus da influenza começa em abril em todo o país. De acordo com o Ministério da Saúde, serão vacinadas 80 milhões de pessoas
Gilson Garrett Jr
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 17h16.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 15h36.
A campanha nacional de imunização contra o vírus da influenza vai começar em abril em todo o país, ao mesmo tempo em que é realizada a vacinação contra a covid-19 . Ainda não há estudos sobre a chamada coadministração das duas vacinas para saber como é a interação no organismo. Por conta disso, o Ministério da Saúde recomenda que elas não sejam aplicadas juntas. O intervalo deve ser feito não só entre as duas vacinas, mas com qualquer outro imunizante que seja aplicado junto com a da covid-19.
“Para os grupos prioritários que devem receber as duas vacinas, a recomendação é de que haja um intervalo mínimo de 14 dias entre a vacina contra a covid-19 e os diferentes imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação”, diz a pasta em um comunicado enviado à EXAME.
No caso da vacina contra a covid-19 da Fiocruz/AstraZeneca, a segunda dose será aplicada em até três meses, e, por isso, pode ocorrer a aplicação em datas similares.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, serão vacinadas 80 milhões de pessoas dos grupos de risco que já fazem parte do calendário, como idosos, profissionais de saúde e pessoas com doenças crônicas.
Essas doses foram compradas do Instituto Butantan, fornecedora há anos de vacina contra a influenza para o governo federal. Segundo o instituto, foi necessário fazer um planejamento para produzir os dois imunizantes ao mesmo tempo e que a entrega ao Plano Nacional de Imunizações está prevista para março.
“As vacinas serão envasadas em linhas independentes. Portanto, uma não atrapalhará o planejamento da outra. Cada linha conta com uma capacidade diária de envase de 600 mil a 1 milhão de doses por dia”, explicou o Butantan.
SP vai vacinar toda uma cidade contra covid-19
A cidade de Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, vai participar de um teste do governo paulista para verificar a capacidade da vacina contra a covid-19 reduzir a transmissão do coronavírus. Dos pouco mais de 45 mil habitantes do município, cerca de 30 mil serão vacinados a partir do dia 17 de fevereiro.
A vacinação será conduzida pelo Instituto Butantan e deve levar cerca de três meses. O número de pessoas que serão imunizadas corresponde ao total de adultos com mais de 18 anos. A vacinação não será obrigatória.
De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, a cidade foi dividida em quatro regiões e a vacinação será feita de forma escalonada. Ainda segundo ele, a cidade foi escolhida porque a taxa de transmissão do vírus é uma das mais altas do estado, e a maior parte da população economicamente ativa trabalha em outras cidades da região, aumentando o contágio.