Senadores do PMDB assinam carta contra sanção da terceirização
Renan Calheiros coordenou os parlamentares. O líder da bancada defendeu que a proposta vai precarizar e retroceder nas relações de trabalho
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2017 às 20h14.
Brasília - Coordenados pelo líder da bancada, Renan Calheiros (PMDB-AL), nove senadores do PMDB assinaram uma carta que recomenda que o presidente Michel Temer não sancione a lei de terceirização, como aprovada pela Câmara na semana passada.
Os senadores representam 41% da bancada do partido do presidente no Senado.
"Nós recomendamos que, por enquanto, o presidente não sancione essa lei. Porque ele vai assumir a responsabilidade definitiva do agravamento do desemprego, da precarização das relações do trabalho e, pior, da queda na arrecadação e do aumento de impostos, que são consequências diretas", afirmou Renan Calheiros.
Renan defendeu que a proposta aprovada na Câmara vai precarizar e retroceder nas relações de trabalho e atropelar as conquistas que foram feitas ao longo dos anos.
"Da forma como está, a terceirização será o 'boia-fria.com'", ironizou.
A carta assinada pelos senadores defende a regulamentação da terceirização já existente, mas se posiciona contrariamente à terceirização irrestrita, ou seja, da atividade fim.
O texto diz ainda que a lei prejudica a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência.
Os peemedebistas que assinaram a carta foram Marta Suplicy (SP), Kátia Abreu (TO), Eduardo Braga (AM), Elmano Férrer (PI), Rose de Freitas (ES), Hélio José (DF), Renan Calheiros (AL), Waldemir Moka (MS) e Simone Tebet (MS), que escreveu que concorda com o conteúdo, mas fez ressalva à forma do texto.
Renan argumentou ainda que a bancada não estava completa na reunião e que esses senadores representam a maioria dos presentes.
Previdência
Renan aproveitou ainda para fazer críticas à reforma da Previdência.
"Essa reforma da Previdência é muito exagerada e muito ruim do ponto de vista federativo. Ela esmaga algumas regiões, trata igual o desigual", disse.
Segundo o senador, a lei não é sensível para as diferenças regionais da força de trabalho.
Ele pondera, por exemplo, que a elevação da idade mínima de aposentadoria no Nordeste, onde existem mais trabalhadores manuais e rurais, é desigual.
"Vai morrer sem se aposentar", disse.