Senado debate PEC que limita decisões monocráticas do STF
Proposta torna decisões tomadas apenas por um magistrado incapazes de suspender a eficácia da lei, de atos normativos com efeito geral ou de presidentes
Repórter
Publicado em 19 de outubro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 20 de outubro de 2023 às 20h06.
O Senado discute nesta quinta-feira, 19, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/2021, que impede que tribunais superiores, entre eles o Supremo Tribunal Federal (STF), tomem decisões de maneira monocrática. A proposta faz com que decisões tomadas apenas por um magistrado não suspendam a eficácia da lei, de atos normativos com efeito geral ou de presidentes da República, do Senado, da Câmara ou do Congresso.
Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em outubro, a emenda também estabeleque que pedidos de prazo para estudar processos só sejam concedidos coletivamente e por prazo máximo de seis meses. A sessão no Senado está marcada para às 11 horas do horário de Brasília.
Decisão monocrática
Decisão monocrática é quando apenas um magistrado toma uma decisão sobre uma ação. Hoje, decisões individuais proferidas por ministros do STF passam por uma decisão colegiada, que pode manter ou derrubar o entendimento do relator do julgamento.
Em relatório, o senador e relator Esperidião Amin (PP-SC) afirma que as decisões monocráticas deixaram de ser a exceção "para se tornarem presente na quase totalidade dos julgados do STF”. Na justificação da PEC, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), autor do texto, apresenta um estudo apontando que, entre 2012 e 2016, o STF teria tomado 883 decisões cautelares monocráticas. Em média, oitenta decisões por ministro. O mesmo estudo indica que o julgamento final dessas decisões levou, em média, entre 2007 e 2016, dois anos.
Esse grande número de decisões cautelares monocráticas, na visão do autor do projeto, gera insegurança jurídica. Em 2019, uma PEC com a mesma proposta foi aprovada pela CCJ, mas rejeitada pelo plenário do Senado.