Aécio enfrenta dia decisivo após semana de vitórias
Marcada para hoje, uma reunião do Conselho de Ética do Senado deve decidir se o pedido de cassação de mandato do senador será ou não tirado da gaveta
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2017 às 06h35.
Última atualização em 6 de julho de 2017 às 08h52.
Não só de vitórias é feita a semana de Aécio Neves (PSDB-MG). Dois dias depois de retomar sua cadeira no Senado Federal, o Conselho de Ética da Casa tem reunião agendada nesta quinta-feira para decidir se tira da gaveta o pedido de cassação de mandato do senador, protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues e arquivado em decisão solo pelo presidente da comissão, João Alberto (PMDB-MA).
O peemedebista havia considerado o pedido de cassação improcedente, por falta de provas. Aécio, vale recordar, foi flagrado em gravação de Joesley Batista, dono do grupo J&F, pedindo 2 milhões de reais em dinheiro vivo, segundo ele, para pagamento de advogados em inquéritos da Operação Lava-Jato.
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A Procuradoria-Geral da República o acusa de ter pedido propina. Insatisfeitos com a decisão monocrática de João Alberto, um grupo de parlamentares exigiu que a decisão seja tomada pelo Plenário do Conselho. São necessários oito votos — dentre 15 membros — para que o pedido de cassação ganhe vida e seja debatida pelo grupo.
Aprovada ali, pode ir a Plenário do Senado e levar à cassação de Aécio. Senadores afirmam em reserva, contudo, que o clima para cassar o mandato do tucano é zero. “Nem da presidência do PSDB ele saiu ainda”, diz um tucano.
Na terça-feira, o tucano foi recebido em um almoço da bancada do partido no gabinete do presidente interino da legenda, Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em pronunciamento no Senado, disse: “Não cometi crime algum, não aceitei recursos de origem indevida. Fui vítima de uma armadilha de um criminoso confesso”.
Com tantos políticos enrolados na Lava-Jato além de Aécio, há um temor geral de que um abandono dele agora possa ser revertido a outro alvo no futuro, conforme chegam as novidades nas investigações.
O próprio presidente da República, Michel Temer, dispara contra a PGR e os delatores para se defender. A situação é bastante diferente do caso de Delcídio do Amaral, escanteado até dentro de seu antigo partido, o PT. Naquele momento, em maio de 2016, o senador foi cassado em Plenário por unanimidade: 74 votos a zero.