Refinarias da Petrobras: Reduc, no Rio de Janeiro, tinha ato previsto para começar às 2h da madrugada desta segunda-feira, 9 (André Motta de Souza/Agência Petrobras/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 10h53.
Fracassou a convocação de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de bloquear, nesta segunda-feira, 9, refinarias de petróleo - a maioria é da Petrobras - e distribuidoras de combustíveis para provocar uma crise de desabastecimento. No domingo, 8, uma tentativa de golpe de bolsonaristas, com ataques ao Palácio do Planalto, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, em Brasília, foi frustrada pelo governo federal.
Na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, o ato era previsto para começar às 2h da madrugada desta segunda-feira, 9. Até a manhã, porém, a situação na unidade era de tranquilidade, sem a presença de bolsonaristas, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP). "A Polícia Militar está no local e até o momento não há presença de terroristas na Reduc", disse em nota a FUP, que está presente no local por meio do Sindipetro-RJ, filiado à entidade.
A Federação trabalha com a estatal no monitoramento de eventuais atos nas unidades de refino.
Já na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), a Polícia Militar precisou negociar quando o primeiro caminhão chegou na à base da distribuidora Vibra para carregar combustível. "Os cerca de 30 manifestantes acampados tentaram bloquear o acesso. A situação foi resolvida e a base funciona normalmente", informou a entidade.
No domingo, o número de manifestantes na Revap era maior. Com a presença massiva da Polícia ao longo do dia, a aglomeração foi dispersando o movimento, segundo a FUP.
No Paraná, a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), também da Petrobras, a atuação da Polícia evitou a aproximação dos aliados de Bolsonaro. Durante a madrugada desta segunda, o Batalhão de Choque da Polícia Militar do estado retirou um grupo que tentava bloquear o acesso à base da Vibra.
Na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, Minas Gerais, também não foram vistos manifestantes, apenas a Polícia no local.
Já na Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, vendida pela Petrobras para o grupo Atem em novembro do ano passado, cerca de 50 bolsonaristas permanecem acampados. Estão, contudo, sob o monitoramento de um grande número de policiais, segundo a entidade.
As demais unidades de refino não tinham registrado movimento de bolsonaristas até o início da manhã desta segunda. Também não há registro de ações contra distribuidoras, apesar das ameaças.
Divulgadas há alguns dias pelas redes sociais, as aglomerações em frente às refinarias do País tinham por objetivo bloquear o acesso de caminhões-tanque às bases das refinarias e empresas distribuidoras. A ideia era que, sem combustível, o País iria parar, e haveria um golpe militar. Os golpistas não aceitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reconhecida pelo Judiciário e Congresso. Lula é o novo presidente desde 1º de janeiro.
A Petrobras informou na noite de domingo que as refinarias funcionam normalmente. "A Petrobras está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento padrão", informou a estatal sem dar detalhes.
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