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Sem recursos, regionais de Doria dizem "fingir que trabalham"

Em meio às ações do Cidade Linda, as prefeituras regionais reclamam da falta de estrutura, verbas e pessoal para cumprir as promessas de Doria

João Doria: até Bruno Covas reclama da falta de recursos para administrar prefeituras regionais (Facebook/João Doria/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 09h24.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 09h26.

São Paulo - Prefeitos regionais recém nomeados pela gestão João Doria (PSDB) para administrar as antigas subprefeituras de São Paulo têm se queixado da falta de estrutura, de verbas e de pessoal para fazer as ações de zeladoria da capital paulista.

As queixas, feitas em entrevistas promovidas pela Rádio Estadão, ocorrem em meio às ações do programa Cidade Linda, o mutirão proposto pelo prefeito justamente para tratar da zeladoria.

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O prefeito regional de São Miguel, na zona leste, Edson Marques, por exemplo, afirma não ter como dar resposta a todas as demandas por poda de árvores.

"É uma grande demanda e uma capacidade inibida de atendimento. Eu, por exemplo, trabalho com duas equipes para essa questão da poda de árvores", afirmou.

Marques disse na entrevista que há, na Regional, apenas uma engenheira agrônoma - que deve se afastar em breve por causa de sua gravidez. Antes de cada poda, diz ele, é preciso que algum profissional dessa especialidade faça um laudo liberando o serviço.

"Nós acabamos fingindo que estamos fazendo e na verdade você vai agindo sob pressão. Não é a melhor forma de você administrar. Porém, essas são as condições atuais e a estamos trabalhando no sentido de um futuro melhor", disse Marques.

Outra queixa dos regionais está relacionada a outra ação do prefeito, sua "guerra" contra as pichações da cidade.

No caso da Vila Mariana, na zona sul, que é responsável por parte da Avenida 23 de Maio, o regional Benedito Mascarenhas, ao ser questionado na rádio, reconheceu que não havia ação preventiva a ser adotada para evitar o surgimento de novas inscrições nas paredes.

Ao debater sobre a proposta de criação de uma lei com multas mais duras para pichadores, Mascarenhas disse que, se "pega alguém chegando próximo ou executando a pichação na hora, a única coisa que se pode é levar para a delegacia, formalizar toda a ocorrência mas a pessoa não tem nenhuma punição". "É enxugar gelo, como se diz. O que cabe exatamente para nós é ir lá pintar aquilo que foi sujado."

Mesmo o secretário das Prefeituras, Bruno Covas, relatou falta de condições para atender todas as reclamações da cidade.

Covas, ao tratar das reclamações do Psiu, o programa de silêncio urbano da cidade, afirmou que conta com apenas dois técnicos para produzir laudos que embasariam eventuais multas para toda a cidade.

Covas disse que a Prefeitura estuda uma forma de descentralizar esse serviço, de forma a ampliar as formas de fiscalização entre as Regionais.

O gabinete da Secretaria Especial de Comunicação do prefeito foi procurado para comentar as falas dos regionais, mas não havia se pronunciado até a publicação desta matéria.

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