Sem pagar conta, São Roque-SP tem a luz cortada
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) cortou a energia elétrica porque a prefeitura atrasou em 60 dias o pagamento das contas
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de novembro de 2016 às 11h38.
Última atualização em 5 de novembro de 2016 às 11h39.
Sorocaba - Nos últimos três dias, a escuridão tomou conta da região central de São Roque, cidade de 80 mil habitantes, na região de Sorocaba ( SP ). Os moradores estranharam as luzes dos postes apagadas, altas horas da noite, em plena Avenida Três de Maio, no coração da cidade.
A Companhia Paulista de Força e Luz ( CPFL ) cortou a energia elétrica porque a prefeitura atrasou em 60 dias o pagamento das contas. "Com luz já é arriscado para quem trabalha nessa região à noite, imagine assim, tudo no escuro", disse o taxista José Marques da Silva, que tem ponto na Praça da República. "Sou nascido e criado aqui, nunca vi uma situação como essa em São Roque."
De acordo com a concessionária, apenas nas áreas de cobertura da CPFL Piratininga e CPFL Paulista, que abrangem 261 municípios, 15 prefeituras estão com o fornecimento parcialmente suspenso.
Em Rio das Pedras, região de Piracicaba, o corte atinge há uma semana a rodoviária, o centro comunitário e o ginásio de esportes. Em Ibiúna, algumas áreas estão sem iluminação pública. Em Itu, o desligamento afetou serviços administrativos da empresa de abastecimento e saneamento.
Segundo o gerente de relacionamento com o poder público da CPFL, Devanir Mantoani Junior, a falta de pagamento está relacionada com a queda de arrecadação. "A inadimplência no setor público, que era de 1,5% em dezembro, está em torno de 10%. Fechamos o ano passado com R$ 5 milhões em aberto, hoje estamos com R$ 64 milhões", disse.
Desse montante, 80% são devidos pelas prefeituras. "O desligamento é o último recurso, depois de esgotadas todas as tentativas de recebimento." Os cortes poupam os serviços essenciais, como abastecimento de água, saúde e escolas.
Em São Roque, a prefeitura recorreu à Justiça na tentativa de restabelecer a iluminação, mesmo com as contas atrasadas. O juiz Roge Naim Tenn, da 1.ª Vara Cível, negou pedido de liminar alegando que se tratava de obrigação do município manter as contas em dia. A prefeitura não esperou o julgamento do recurso e pagou ontem as contas em atraso, de R$ 136 mil.
"Assim como grande parte das prefeituras municipais do País, estamos sofrendo com a queda de arrecadação e de repasses dos governos federal e estadual", informou a prefeitura em nota. As administrações de Ibiúna e Rio das Pedras informaram que estão fazendo esforços para regularizar a situação As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.