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Sem faxineiros, IML do centro do Rio para de receber corpos

Funcionários da limpeza do IML do centro do Rio foram demitidos após fazerem greve por pagamento; sem limpeza, o instituto parou de receber corpos


	Limpeza: após demissão de funcionários, IML não tem mais condições de operar e fecha as portas no Rio
 (Jude Doyland / Flickr)

Limpeza: após demissão de funcionários, IML não tem mais condições de operar e fecha as portas no Rio (Jude Doyland / Flickr)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 11h46.

Rio de Janeiro - Sem pagamento, os funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza da sede do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, no centro da cidade, pararam de trabalhar.

Por isso, nesta terça-feira, 7, a direção do órgão decidiu não receber mais corpos para necropsia. Os corpos que seriam levados para essa unidade passaram a ser encaminhados para o posto do IML em Campo Grande, na zona oeste. Essa unidade fica a mais de 45 quilômetros da sede.

Os funcionários responsáveis pela limpeza estavam sem receber havia três meses e em maio foram demitidos. Legistas chegaram a contratar faxineiros com dinheiro próprio, mas viram que a situação não iria mudar e desistiram.

Em nota, a direção do IML afirmou que "em razão das condições insalubres para a realização das necropsias diante da ausência do serviço de limpeza no órgão, o Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica determinou que o procedimento pericial fosse realizado em outra unidade - Campo Grande - até que o serviço de limpeza seja regularizado".

Ainda conforme a nota, os corpos que haviam dado entrada na unidade central, quando a decisão foi adotada, foram submetidos normalmente à perícia.

Thiago Lacerda

Pessoas que estiveram na sede do IML, porém, narraram em redes sociais que tiveram dificuldades para liberar corpos de familiares.

Nesta terça, havia sete corpos para serem submetidos a necropsia e o trabalho, segundo esses relatos, só teria sido acelerado quando o ator Thiago Lacerda chegou para cobrar a liberação do corpo de um familiar.

Então, teria havido uma mobilização para fazer a necropsia dos corpos ainda presentes na unidade.

"A gente presenciou aqui basicamente a situação que o povo vive, né? A falta de condições de trabalho e a maneira como a gente precisa estar atenta e cobrar do Estado que tome as medidas necessárias para que a gente seja atendida. O povo merece ser atendido, merece ser cuidado", reclamou o ator.

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