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Seleção começa preparação sob protesto contra Mundial

Professores em greve aproveitaram a chegada do ônibus da seleção para fazer uma manifestação e acertaram alguns socos e pontapés no veículo

Manifestantes protestam contra a Copa do Mundo de 2014 durante a chegada da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis (Ricardo Moraes/Reuters)

Manifestantes protestam contra a Copa do Mundo de 2014 durante a chegada da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 16h42.

Teresópolis - A seleção brasileira iniciou nesta segunda-feira a preparação para disputar uma Copa do Mundo em casa pela primeira vez desde 1950 sob protestos de manifestantes cobrando melhores serviços públicos e contra a realização do Mundial no país.

Na saída do ônibus da seleção de um hotel no Rio de Janeiro em direção à Granja Comary, na cidade de Teresópolis (RJ), professores em greve há cerca de três semanas aproveitaram a ocasião para fazer uma manifestação e acertaram alguns socos e pontapés no veículo.

Os grevistas ainda conseguiram colar inúmeros adesivos sobre a greve no ônibus, que deixou o local lentamente e sob forte esquema de proteção. Mesmo com o vidro escuro foi possível ver jogadores como Neymar e Daniel Alves de pé dentro do ônibus acompanhando o protesto.

Em Teresópolis, a menos de 100 quilômetros do Rio, um grupo de cerca de 30 pessoas cantou palavras de ordem contra a Copa do Mundo na chegada do ônibus com os jogadores brasileiros ao centro de treinamento.

Os manifestantes estenderam um grande cartaz em inglês reclamando dos gastos da organização do Mundial no Brasil. Segundo eles, até hoje nenhuma casa foi entregue pelo governo às vítimas da tragédia provocada pelas chuvas na cidade em 2011, em que cerca de 1 mil pessoas morreram, enquanto bilhões de reais foram destinados a estádios.

“A prioridade nesse país não pode ser a Copa, tem que ser melhoria na saúde, educação, moradia, transporte público”, disse Rui Costa, um dos organizadores do protesto e também membro do sindicato estadual dos profissionais de educação.

O protesto perto da Granja foi acompanhado pela polícia e terminou de forma pacífica.

As manifestações estão entre as maiores preocupações dos organizadores do Mundial no país desde os protestos de junho do ano passado, em que milhares de pessoas foram às ruas para protestar, entre outras coisas, contra os custos da Copa do Mundo.

Houve diversos confrontos entre polícia e manifestantes nos protestos do ano passado, ocorridos durante a Copa das Confederações. Em muitos casos, torcedores a caminho dos jogos do torneio se viram no meio da confusão.

"Ninguém aqui é contra a seleção. Foi um ato simbólico contra um país que não tem dinheiro para saúde e educação", disse o coordenador do sindicato dos profissionais da educação, Alex Trintino, no Rio.

A partir desta segunda-feira a seleção brasileira ficará concentrada na Granja Comary para a preparação e a disputa do Mundial. O centro de treinamento passou por uma reforma estimada em 15 milhões de reais para voltar a ser utilizado pela equipe, que não treinou no local para os últimos Mundiais por considerá-lo antigo e inadequado.

O time do técnico Luiz Felipe Scolari será submetido a avaliações físicas e médicas nos dois primeiros dias de trabalho e só tem previsão de treinamento em campo na quarta-feira. A equipe disputará um amistoso em 3 de junho contra o Panamá, em Goiânia.

O Brasil foi um dos últimos entre os principais candidatos ao título mundial a iniciar os preparativos para a Copa, com até uma semana de atraso em relação a adversários como França, Itália, Alemanha, Holanda e Uruguai.

A Copa do Mundo será disputado de 12 de junho a 13 de julho. A partida de abertura será Brasil x Croácia, em São Paulo.

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