Obras em viaduto que cedeu em São Paulo estão avançando, diz Prefeitura
A circulação de trens da Linha 9-Esmeralda da CPTM, que passa sob o viaduto, foi interrompida entre as estações Pinheiros e Ceasa desde a manhã de ontem
Gabriela Ruic
Publicado em 17 de novembro de 2018 às 16h08.
Última atualização em 17 de novembro de 2018 às 16h12.
O secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo , Vitor Aly, disse hoje (17) que está “mais aliviado” com a situação do viaduto na Marginal Pinheiros, que cedeu cerca de dois metros na última quinta-feira (15), já que os trabalhos de escoramento estão avançando.
“O escoramento é uma estrutura passiva e só vai segurar a estrutura na hora em que ela se deformar e encostar nele. Ela está esperando o viaduto encostar, o que está ocorrendo devagar. Essa deformação está dentro do que a gente estava esperando”, disse.
Segundo o secretário, e ontem à noite até a manhã deste sábado houve novamente uma movimentação na estrutura em função da diferença de temperatura. “Tivemos uma variação de temperatura e, como era esperado, a estrutura é projetada para isso, houve uma movimentação. Tivemos um recalque [rebaixamento] do lado direito de três milímetros, representando um centímetro no acumulado desde o início dos trabalhos de escoramento. Do lado esquerdo, registramos 1,2 centímetro acumulado [de rebaixamento]”.
Prioridades
Na manhã de ontem (16), a estrutura já tinha sofrido uma movimentação de sete milímetros e, por isso, as ações para escoramento da estrutura foram aceleradas. Hoje, 75 funcionários trabalham no local.
O secretário voltou a informar que a prioridade é a segurança dos trabalhadores e do viaduto. “Estamos tomando todas as medidas de segurança. Nossa prioridade é a segurança. Primeiro, a segurança das pessoas que estão trabalhando, segurança da estrutura, segurança da preservação da linha da CPTM. Todas as medidas estão sendo tomadas no sentido do escoramento para abreviar a interrupção da CPTM e para a segurança dos operários.”
Devido a trepidação causada à estrutura, a circulação de trens da Linha 9-Esmeralda da CPTM, que passa sob o viaduto, foi interrompida entre as estações Pinheiros e Ceasa desde a manhã de ontem. As estações Villa Lobos-Jaguaré e Cidade Universitária estão fechadas. O sistema de ônibus gratuito Paese foi acionado e faz a integração no trecho interrompido.
Comitê
“Nosso objetivo é liberar o mais rápido possível a linha da CPTM”, disse o secretário. No entanto, ele informou que testes com os trens da CPTM só devem ocorrer depois que o escoramento estiver completo.
“Vamos dar andamento ao macaqueamento [movimentação da estrutura para que ela retorne ao nível ideal] da estrutura, que não é solução de consertar o problema. É só para aliviar a tensão do pilar rompido, de forma que a gente preserve a segurança de quem está trabalhando e a do tabuleiro”, acrescentou.
Conforme o secretário, a equipe não teve acesso ainda ao interior da estrutura do viaduto, o que inviabiliza identificar o tamanho do dano causado. “O prefeito já anunciou um comitê de crise, está estabelecido em função da gravidade do problema que estamos aqui acompanhando”.
A avaliação dentro da estrutura só será feita quando a equipe considerar que a estrutura está estável. O secretário lamentou o fato de o degrau formado pela parte do viaduto ter sido pichado, já que a estrutura está comprometida. Ele informou que os dois autores da ação foram presos pela Guarda Civil Municipal.