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Tecnologia veio para ficar na educação, diz secretário de São Paulo

Rossieli Soares da Silva debate o tema com Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, em exame.talks desta sexta-feira

exame.talks (Montagem Exame/Exame)

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Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 8 de maio de 2020 às 15h09.

Última atualização em 8 de maio de 2020 às 20h37.

Há 1,5 milhão de alunos entrando diariamente na plataforma desenvolvida pelo governo estadual de São Paulo para que os jovens da rede pública não fiquem sem acesso a conteúdo durante a quarentena, segundo o secretário de educação de São Paulo, Rossieli Soares da Silva. Só nas escolas estaduais, há 3,5 milhões de estudantes.

Além do aplicativo de aulas online, a secretaria providenciou dois canais de televisão com conteúdo todos os dias para todas as séries e disponibilzou apostilas às famílias.  "Claro que estamos aperfeiçoando, temos desafios, não chegamos a todos. Mas é muito melhor estar oportunizando algo do que não estar", diz Rossieli  em debate do exame.talks sobre os desafios da edução pública com Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. O bate-papo foi mediado por André Portilho, head do Exame Academy.

Com as medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação da covid-19, quase 53 milhões de alunos do ensino básico estão sem aulas presenciais desde o fim de março, segundo dados da Unesco.

Nem todos eles, porém, puderam continuar acompanhando o conteúdo pela internet, realidade vista sobretudo entre os alunos da rede pública do país, onde a falta de recursos tecnológicos dificulta o ensino a distância. No Brasil, 30% das pessoas ainda não têm conexão com a internet em casa e, entre os que acessam a rede, 97% utilizam o celular.

Esse cenário de exclusão digital, segundo especialistas, tende a aumentar a desigualdade entre alunos das escolas públicas e privadas. Faltam para a rede pública dois itens básicos para reduzir essa diferença, destacaram o secretário e Mizne: conectividade e equipamentos de boa qualidade. Mas não é só isso, uma mudança de cultura também é importante, sobretudo da parte dos professores.

Para o secretário, existia um medo claro que a tecnologia pudesse substituir os professores, mas "não existe essa possibilidade. O GPS não substituiu o motorista. Temos oportunidade de dar um salto quântico na educação com esse suporte", completa Rossieli. "A melhor formação está acontecendo agora. Temos exemplos impressionantes de professores que estão vendo que a tecnologia pode ser aliada, por isso acho que vem pra ficar", diz.

Para o futuro, o maio desafio é mão de obra qualificada disposta a trabalhar no setor público. "Será preciso um esforço de guerra para formar a próxima geração de professores. Como vamos incentivar os melhores alunos a ingressar na rede publica? Precisamos dessas pessoas para resolver grandes problemas no setor", diz Mizne.

O início da volta gradativa das aulas presenciais da rede pública de São Paulo, prevista para junho, tem sido colocado como determinante para a retomada das atividades comerciais no estado pelo governador João Doria. O chefe do estado estendeu o período de quarentena nesta sexta até 31 de maio, de acordo com anúncio feito nesta sexta-feira, 8. 

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