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Saúde vai repassar R$ 160 milhões para tratamento de covid longa

Cerca de 10 milhões de pacientes podem ter sido afetados por esta condição no Brasil

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fala sobre pandemia no Brasil (Walterson Rosa/MS/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 13h20.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2022 às 13h46.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 16, que vai repassar cerca de R$ 160 milhões para o atendimento de pessoas com sintomas pós-covid. A pasta calcula que cerca de 10 milhões de pacientes já tenham sido afetados por esta condição no Brasil.

O valor poderá ser aplicado no reforço da Atenção Primária nos municípios e no Distrito Federal. Dentre as ações propostas pelo Ministério da Saúde estão, por exemplo, a busca ativa, o diagnóstico, o tratamento e o monitoramento de casos de covid longa e a orientação da população sobre o tema.

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Os sintomas mais comuns da covid longa, segundo a Saúde, são cansaço, falta de ar diante de esforços, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, cefaleia, alterações de memória, déficit cognitivo, ansiedade e depressão. A pasta definiu como covid longa as "manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes presentes após a infecção aguda por SARS-CoV-2 quando estas não são atribuídas a outras causas".

"Considerando o número de casos confirmados de aproximadamente 27 milhões até novembro de 2021, estima-se que cerca de 8,5 milhões de indivíduos poderão apresentar pelo menos uma condição pós-covid. A gente sabe que esse número é maior, com certeza passa de 10 milhões de pessoas", disse o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros Parente.

Como o Estadão mostrou, ainda há poucos estudos sobre essa condição, mas o tema preocupa médicos, cientistas e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Calcula-se que um em cada cinco pacientes de covid-19 pode desenvolver a covid longa.

Para diagnosticar que uma pessoa tem a covid longa (ou condição pós-covid), a OMS estipula que os sintomas devem durar três meses após a infecção. Parte dos médicos e pesquisadores, porém, chama de covid longa a presença de sintomas por prazo até menor do que este.

Estabilidade

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Brasil vive uma estabilização de casos de covid-19 provocados pela variante ômicron e que há tendência de redução. Os números de mortes, no entanto, seguem altos: cerca de 800 por dia, na média móvel. As declarações foram dadas em evento da pasta nesta quarta-feira.

O cardiologista comparou, ainda, a onda da ômicron à provocada pela cepa gamma. Para Queiroga, o avanço se deve ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo na atenção primária, motivo pelo qual não houve colapso dos sistemas de saúde:

"Já assistimos a uma estabilização de casos da variante ômicron, com uma tendência de queda. A média móvel de óbitos ainda é uma média móvel em torno de 800 casos por dia. Nós não queremos essa média móvel, mas, se nos lembrarmos da variante gamma, houve dias com mais de 3 mil casos [ de mortes ] de média móvel. Então, sem dúvidas, avançamos muito. O nosso sistema de saúde tem dado as respostas seja na atenção primária, seja na atenção especializada. Não experimentamos, como foi nas outras ondas, o colapso do sistema de saúde. Isso se deve ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde durante a pandemia."

Durante o evento, o ministro assinou duas portarias que destinam verba para o SUS. A primeira delas inclui R$ 160 milhões para o tratamento pós-covid para pessoas que desenvolvem a covid longa ou sequelas. A estimativa da pasta é que cerca de 8,5 milhões de pessoas venham a apresentar sintomas após o fim da infecção aguda.

Entre os principais, estão cansaço falta de ar, fraqueza muscular, tosse, dor torácica, alterações de memória, ansiedade, depressão, dor de cabeça e tontura, além de perda de olfato e paladar. Os sintomas costumam durar de dias a semanas após a covid-19.

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