Brasil

São Paulo registra a pior qualidade do ar do mundo pelo terceiro dia consecutivo

Medição feita pelo serviço de monitoramento suiço IQAir considera as grandes cidades do planeta

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 09h21.

Última atualização em 11 de setembro de 2024 às 09h23.

Tudo sobrePrevisão do tempo
Saiba mais

A cidade de São Paulo registrou nesta quarta-feira, 11, a pior qualidade de ar do mundo pelo terceiro dia consecutivo, de acordo com o site de monitoramento IQAir. Em um ranking dinâmico das metrópoles mais poluídas, a capital paulista aparece em primeiro lugar nas primeiras horas da manhã, com o indicador de qualidade do ar em 179, quanto mais alto, pior.

Na véspera, o município alcançou o topo do ranking do IQAir com índice em 162. Isso significa que a qualidade do ar está ainda pior na comparação com a terça-feira.

Nesta quarta-feira, a capital paulista aparece à frente de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Karachi, no Paquistão, e Kinshasa, na República Democrática do Congo.

Essa situação já se prolonga por alguns dias, com as cinzas das queimadas do Norte que mudaram a cor do céu, a capital paulista ficou entre as de pior qualidade do ar do país na segunda e na terça0-feira desta semana. A Cetesb alertou também que das 22 estações de medição do ar na Grande São Paulo, 20 apresentavam qualidade ruim (11) ou muito ruim (nove) ao meio-dia de ontem.

Além disso, a seca que ameaça grandes rios como o Madeira e o Paraguai também afetou a maior metrópole do país: o Pinheiros, que corta a capital paulista, apresentou aspecto verde por receber menos água dos seus afluentes. O abastecimento nos reservatórios da Sabesp, da Grande São Paulo, despencou desde o início do outono, que marca o início do período mais seco na região. Três dos sete reservatórios estão com menos da metade de sua capacidade.

O que fazer quando o ar tem baixa umidade e tempo ruim? Veja recomendações da Defesa Civil

Fumaça de queimadas chega ao Sudeste

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 159.411 focos de incêndio de janeiro até segunda-feira, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar de estarem concentrados na Amazônia (52%) e no Cerrado (33%), a fumaça atingiu 60% do país no último final de semana.

Os três estados com mais incêndios neste ano são os mesmos que em 2023: Mato Grosso, Pará e Amazonas. No ano passado, Pará era o estado com mais focos, por exemplo, mas a dimensão do fogo aumentou. A fumaça das queimadas tomou grande parte do país, inclusive o Sul e o Sudeste, e se espalha por Peru, Colômbia e Equador, alerta o pesquisador de sensoriamento remoto Henrique Bernini.

"Tem muita ocorrência ao mesmo tempo, queimando uma vegetação sob efeito de uma sequência de ondas de calor", explica Bernini. "Esse tanto de fumaça é suficiente para tornar a Amazônia um dos lugares que mais contribui para as mudanças climáticas, enquanto deveria ser o lugar com maior potencial de reverter a situação".

Acompanhe tudo sobre:Previsão do tempoClimaonda de calorCalor

Mais de Brasil

Avião cai no centro Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'