São Paulo faz 460 anos carente de novo modelo urbanístico
Transporte público e o espaço urbano seguem na pauta da cidade, que faz aniversário hoje
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2014 às 17h58.
São Paulo - Em seu 460º aniversário, o transporte público e o espaço urbano seguem na pauta de São Paulo , que, após os protestos do Movimento Passe Livre de junho do ano passado, busca um modelo urbanístico para oferecer soluções aos seus 12 milhões de habitantes.
Para esta população - composta em sua maioria por descendentes de imigrantes italianos, japoneses, libaneses, além de migrantes internos - o transporte é o grande problema.
Um exemplo disso é o paulistano Pedro Nascimento, de 25 anos: 'Eu gostaria de algo mais tranquilo, com uma maior qualidade de vida. Não quero que meu filho cresça aqui, mas é aqui que está o trabalho'.
Mesmo assim, esta megalópole provoca reações contraditórias, inspira amor e ódio, problemas e atrativos, oportunidades e discriminações.
'A noite é genial. Há oferta para todos os gostos. Você não precisa se preocupar. A qualquer hora você pode conseguir tudo. A cidade não dorme', comenta Pedro.
Mas as análises não são apenas dos moradores. Sociólogos, arquitetos e urbanistas também fizeram de São Paulo material de estudo e apontam o trânsito e a organização urbana como os grandes focos de conflitos.
'Nossa sociedade é muito desigual. Os pobres só podem viver na periferia porque é muito mais barato e o único que podem se permitir', explica à Agência Efe o sociólogo Eduardo Vasconcellos.
Ele, que também é consultor da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), se queixa da organização urbana e assinala que é preciso reformar a arquitetura e incentivar o emprego e os serviços nas regiões periféricas.
'São Paulo sofre engarrafamentos desde os anos 60, mas hoje é muito pior. Tem gente que demora três horas para chegar ao trabalho', diz o sociólogo, que considera que os engarrafamentos representam uma despesa econômica maior, perda de tempo e aumento do estresse, não só para os motoristas.
Vasconcellos garante que 'a sociedade dominada pelo carro é muito injusta ao desperdiçar uma quantidade gigantesca de recursos'.
Por isso, ele insiste que a única solução virá de uma melhora no transporte público, foco dos protestos de junho iniciados pelo Movimento Passe Livre durante a Copa das Confederações.
Além de atingir o objetivo, a revogação do aumento do preço das passagens, as manifestações serviram para apontar outros problemas e os enfrentamentos com as forças de segurança não demoraram a chegar.
O comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Meira, não concorda em 'nada' com as acusações de violência policial durante os protestos. Para ele, 'após tentar o diálogo' com os manifestantes, só resta 'o contato físico'.
Meira ainda responsabiliza a imprensa pela 'sensação de insegurança' dos cidadãos. Segundo ele, a cidade possui 'os índices de criminalidade mais baixos do país'.
Sobre os desafios que a cidade enfrentará em 2014 estão, entre outros, a Copa do Mundo. Sob este contexto, São Paulo tenta recuperar o centro histórico, onde está grande parte dos sem-teto, usuários de drogas e prostitutas, além de ser considerada uma das regiões mais perigosas da cidade.
Enquanto isso, na periferia centenas de favelas mostram como a desordem das épocas de industrialização e a falta de planejamento empurraram milhões de pessoas a tentar conseguir soluções individuais frente à falta de moradia.
São Paulo chega aos 460 anos como uma cidade cosmopolita onde quase não há paulistanos de nascimento, e dá abrigo, por exemplo, à maior colônia de libaneses fora do Líbano e à maior colônia nipônica do mundo.
É uma autêntica cidade de recordes. Maior centro aéreo da América Latina. Se fosse um país seria o quinto maior da América do Sul. Conta com a maior quantidade de pizzarias por habitante. E talvez, acima de tudo, é conhecida por ter todos os sotaque de um país de 198 milhões de habitantes.
São Paulo - Em seu 460º aniversário, o transporte público e o espaço urbano seguem na pauta de São Paulo , que, após os protestos do Movimento Passe Livre de junho do ano passado, busca um modelo urbanístico para oferecer soluções aos seus 12 milhões de habitantes.
Para esta população - composta em sua maioria por descendentes de imigrantes italianos, japoneses, libaneses, além de migrantes internos - o transporte é o grande problema.
Um exemplo disso é o paulistano Pedro Nascimento, de 25 anos: 'Eu gostaria de algo mais tranquilo, com uma maior qualidade de vida. Não quero que meu filho cresça aqui, mas é aqui que está o trabalho'.
Mesmo assim, esta megalópole provoca reações contraditórias, inspira amor e ódio, problemas e atrativos, oportunidades e discriminações.
'A noite é genial. Há oferta para todos os gostos. Você não precisa se preocupar. A qualquer hora você pode conseguir tudo. A cidade não dorme', comenta Pedro.
Mas as análises não são apenas dos moradores. Sociólogos, arquitetos e urbanistas também fizeram de São Paulo material de estudo e apontam o trânsito e a organização urbana como os grandes focos de conflitos.
'Nossa sociedade é muito desigual. Os pobres só podem viver na periferia porque é muito mais barato e o único que podem se permitir', explica à Agência Efe o sociólogo Eduardo Vasconcellos.
Ele, que também é consultor da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), se queixa da organização urbana e assinala que é preciso reformar a arquitetura e incentivar o emprego e os serviços nas regiões periféricas.
'São Paulo sofre engarrafamentos desde os anos 60, mas hoje é muito pior. Tem gente que demora três horas para chegar ao trabalho', diz o sociólogo, que considera que os engarrafamentos representam uma despesa econômica maior, perda de tempo e aumento do estresse, não só para os motoristas.
Vasconcellos garante que 'a sociedade dominada pelo carro é muito injusta ao desperdiçar uma quantidade gigantesca de recursos'.
Por isso, ele insiste que a única solução virá de uma melhora no transporte público, foco dos protestos de junho iniciados pelo Movimento Passe Livre durante a Copa das Confederações.
Além de atingir o objetivo, a revogação do aumento do preço das passagens, as manifestações serviram para apontar outros problemas e os enfrentamentos com as forças de segurança não demoraram a chegar.
O comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Meira, não concorda em 'nada' com as acusações de violência policial durante os protestos. Para ele, 'após tentar o diálogo' com os manifestantes, só resta 'o contato físico'.
Meira ainda responsabiliza a imprensa pela 'sensação de insegurança' dos cidadãos. Segundo ele, a cidade possui 'os índices de criminalidade mais baixos do país'.
Sobre os desafios que a cidade enfrentará em 2014 estão, entre outros, a Copa do Mundo. Sob este contexto, São Paulo tenta recuperar o centro histórico, onde está grande parte dos sem-teto, usuários de drogas e prostitutas, além de ser considerada uma das regiões mais perigosas da cidade.
Enquanto isso, na periferia centenas de favelas mostram como a desordem das épocas de industrialização e a falta de planejamento empurraram milhões de pessoas a tentar conseguir soluções individuais frente à falta de moradia.
São Paulo chega aos 460 anos como uma cidade cosmopolita onde quase não há paulistanos de nascimento, e dá abrigo, por exemplo, à maior colônia de libaneses fora do Líbano e à maior colônia nipônica do mundo.
É uma autêntica cidade de recordes. Maior centro aéreo da América Latina. Se fosse um país seria o quinto maior da América do Sul. Conta com a maior quantidade de pizzarias por habitante. E talvez, acima de tudo, é conhecida por ter todos os sotaque de um país de 198 milhões de habitantes.