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Santa Casa de SP faz empréstimo de R$ 10 milhões

A Santa Casa acumula hoje uma dívida de cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 50 milhões são com fornecedores


	Santa Casa: empréstimo garante pronto-socorro funcione até pelo menos 29 de setembro
 (Smsantacasasp/WikimediaCommons)

Santa Casa: empréstimo garante pronto-socorro funcione até pelo menos 29 de setembro (Smsantacasasp/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 13h32.

São Paulo - Um novo empréstimo feito pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no valor de R$ 10 milhões, permitirá que o pronto-socorro da unidade permaneça aberto pelo menos até o dia 29 de setembro, data em que deverá ser finalizada a auditoria nas contas da entidade por uma comissão técnica formada por representantes dos governos federal, estadual e municipal.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o superintendente da instituição, Antônio Carlos Forte, afirmou que o empréstimo foi a forma de manter o serviço, enquanto os problemas financeiros da entidade não ganham solução definitiva. O pronto-socorro ficou fechado por 30 horas entre 22 e 23 de julho por falta de recursos para a compra de materiais.

Só foi reaberto após um repasse emergencial de R$ 3 milhões da Secretaria Estadual da Saúde. A pasta disse que o valor daria para 30 dias e condicionou a liberação de mais verba à realização de uma auditoria na entidade.

"Aquele dinheiro não dava para 30 dias. Então, logo em seguida ao fechamento do PS, a Santa Casa conseguiu esse novo empréstimo. Antes, nenhum banco queria nos emprestar mais nada porque o medo era de calote. Depois que fechamos e as três esferas de governo se envolveram, a expectativa passou a ser de uma solução para o problema, por isso o empréstimo foi aceito", conta Forte.

A Santa Casa acumula hoje uma dívida de cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 50 milhões são com fornecedores. Segundo Forte, o déficit se deve ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ele afirma que, mesmo com os repasses extras em relação à tabela SUS, a Santa Casa ainda gasta R$ 4 milhões a mais por mês do que recebe. "Pegamos esse novo empréstimo com a esperança de que, ao fim da auditoria, a situação tenha uma solução. Eles vão ver que não há problema de gestão e, com isso, espero que corrijam os valores", diz.

Segundo Forte, a primeira reunião entre a Santa Casa e a comissão técnica que audita as contas da instituição foi realizada há uma semana.

"Amanhã (21), vai haver uma segunda reunião. Espero que possamos avançar, que a comissão possa adiantar os resultados e discutir nosso problema financeiro", diz. A Santa Casa ainda terá de passar por uma auditoria independente que está sendo contratada pela secretaria.

O superintendente afirmou ainda que a Santa Casa solicitou à Secretaria da Saúde que antecipasse para o quinto dia útil de setembro um repasse de R$ 12,6 milhões feito geralmente no fim do mês, mudança revelada ontem pelo Estado. "Antigamente, ele já era feito no início do mês. Pedimos para que a regra voltasse", conta.

Verba Federal

Nesta quarta-feira, 20, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia pediu ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, providências para tentar reduzir o déficit das instituições. Durante a abertura do Congresso das Santas Casas, foi entregue um levantamento que aponta um déficit de até 41% em internações de média complexidade e 42% em internações de UTI.

A entidade reivindica soluções emergenciais, incluindo a criação de incentivo de custeio de procedimentos de alta complexidade e a ampliação de um programa para ajudar a saldar dívidas contraídas com o sistema financeiro.

Chioro afirmou que o governo já atendeu parte das demandas em 2013, com o Prosus e o reajuste do formato dos contratos. Ele avalia que o setor deve melhorar a gestão e apoiou um debate na forma de remuneração de procedimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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