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Salário em empresas é menor que na administração pública

As entidades empresariais pagam salários médios mais baixos do que órgãos da administração pública e as entidades sem fins lucrativos, segundo o IBGE


	Salário: as entidades empresariais pagam salários médios mais baixos
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Salário: as entidades empresariais pagam salários médios mais baixos (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 11h24.

As entidades empresariais pagam salários médios mais baixos do que órgãos da administração pública e as entidades sem fins lucrativos.

A conclusão está no Cadastro Central de Empresas (Cempre) de 2013 divulgado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que analisa informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações formalizadas no país incluídas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), da Secretaria da Receita Federal.

As entidades empresariais respondem por 89,9% do conjunto analisado pelo Cempre, as da administração pública são 0,4% do universo da pesquisa e as entidades sem fins lucrativos 9,7%.

Apesar disso, em 2013, os salários médios pagos pelas entidades empresariais ficou em R$ 1.889, enquanto na administração pública a média foi R$ 2.987 e nas demais entidades R$ 2.016.

Para o pesquisador do IBGE e gerente da pesquisa, Francisco Marta, uma das explicações para a diferença é que, entre os empregados em empresas, há maior número de pessoal ocupado sem nível superior.

“Se comparado com administração pública e entidades sem fins lucrativos, há concentração maior de pessoal ocupado [em empresas] sem nível superior, isso responde um pouco essa variável do salário médio ser mais baixo nessas entidades empresariais. Elas são muito formadas por atividades em segmentos como alojamento, alimentação, atividades administrativas, comércio que tem um peso muito grande nesse segmento”, explicou.

Francisco Marta destacou ainda que os órgãos da administração pública empregam 17,5% do pessoal ocupado total, mas predominam os empregados com curso superior.

“A justificativa pelos salários mais altos é que elas estão inseridas em atividades que estão preponderantemente em área de regulação e de fiscalização e que também possui predominância maior de pessoas com nível superior, então, isso explica um pouco essa diferença entre as entidades empresariais e as da administração pública”, completou.

O gerente da pesquisa revelou também que entre 2012 e 2013 a participação dos assalariados sem nível superior na variação do pessoal ocupado assalariado ficou em 60,2%, enquanto a contribuição dos com nível superior atingiu 39,8%.

Na diferença salarial, a pesquisa indicou que 57% do pessoal ocupado assalariado são homens e 43% mulheres mas, segundo o pesquisador, há uma tendência de aumento no número de mulheres.

“De 2012 para 2013 ficou em 4,2% para mulheres e 3,1% para homens de aumento na participação. O que a gente pode constatar é que a participação feminina na variação de pessoal ocupado assalariado é superior à masculina e a tendência tem mostrado isso. Nós últimos cinco anos a gente tem verificado que a tendência no crescimento na participação feminina no pessoal ocupado assalariado tem sido, constantemente, com tendência de crescimento”, contou.

Nas empresas há um predomínio de emprego de homens na mão de obra. Em 2013, a participação masculina ficou em 62,3% e a feminina em 33,7%. O comportamento, no entanto, se inverte na administração pública e nas entidades sem fins lucrativos.

“Homens participam na administração pública apenas com 41,1%, enquanto as mulheres são 58,9% e nas entidades sem fins lucrativos a participação masculina é 44,9% e das mulheres, 55,1%”, disse. Francisco Marta explicou que o motivo é o tipo de atividade.

“As entidades empresariais são tradicionalmente formadas por mão de obra masculina, como indústria e construção, enquanto na administração pública tem muita participação na saúde e na educação, que é tradicionalmente ocupada por maior participação feminina. Isso responde um pouco as diferenças em termos de participação por sexo”, revelou.

O gerente da pesquisa informou que ainda não é possível fazer avaliação específica com os percentuais do nível de escolaridade entre homens e mulheres, porque o cadastro não tem ainda este tipo de cruzamento de informações, mas o IBGE está estudando a inclusão deste tipo de análise.

“Estamos em estudos para poder fazer este cruzamento, mas não temos variáveis cruzadas entre sexo e nível escolaridade. Futuramente a gente vai apurar, mas no momento a gente só consegue isso separadamente. Participação feminina e masculina com ou sem nível superior”, esclareceu, acrescentando, que o órgão vai tentar incluir esta análise na pesquisa do Cempre do ano que vem.

A divulgação do Cempre é anual e desde 2008 inclui informações sobre a participação por diferença de sexo. A pesquisa avalia dados nas áreas da indústria, construção, comércio e serviços com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, além de informações do próprio IBGE.

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