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Saio para preservar credibilidade da PGR, diz procurador a Raquel

Sidney Pessoa Madruga foi flagrado em conversa na qual fala que a "tendência" no órgão é investigar Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete de Janot

Raquel Dodge: "Tomei a decisão de me desligar da função", disse o procurador a Dodge (José Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 20h19.

São Paulo - O procurador regional da República Sidney Pessoa Madruga afirmou à procuradora-geral da República, Raquel Dodge , em seu pedido de exoneração nesta sexta-feira, 22, que sai "para preservar a credibilidade da instituição".

O procurador foi flagrado pela reportagem do jornal Folha de S. Paulo em conversa em um restaurante em Brasília na qual fala que a "tendência" no órgão é investigar o procurador Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

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"Sirvo-me da presente para informá-la que tomei a decisão de me desligar da função de coordenador do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (GENAFE), pelos motivos que ora exponho", afirmou o procurador.

"Ressalto, desde logo, que assim o faço para preservar a credibilidade da instituição a que sirvo há mais de duas décadas com honra e zelo e, igualmente, para não permitir que se atinja o trabalho dos colegas que integram a valorosa equipe e a gestão que se inicia."

De acordo com a assessoria da PGR, o pedido de exoneração da equipe foi apresentado "com a finalidade de evitar ilações impróprias e indevidas".

"A PGR reitera informação repassada ao jornal de que o procurador mencionado não atua em matéria criminal e não teve acesso a nenhuma investigação ou ação penal conduzidas pela atual equipe do Grupo de Trabalho da Lava Jato, em Brasília. A portaria de exoneração foi assinada na tarde de hoje", informou a assessoria da Procuradoria-Geral da República.

Veja a mensagem de madrugada para Raquel Dodge:

"Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2017.

Excelentíssima Senhora Procuradora-Geral da República,

Sirvo-me da presente para informá-la que tomei a decisão de me desligar da função de coordenador do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (GENAFE), pelos motivos que ora exponho.

Ressalto, desde logo, que assim o faço para preservar a credibilidade da instituição a que sirvo há mais de duas décadas com honra e zelo e, igualmente, para não permitir que se atinja o trabalho dos colegas que integram a valorosa equipe e a gestão que se inicia.

Nesta quinta-feira (21), quando estava em Brasília a trabalho compareci a um almoço que foi posteriormente noticiado pela imprensa. A exposição de minha imagem nesse episódio não deve comprometer o Ministério Público Federal, motivo pelo qual solicito a Vossa Excelência o meu desligamento do Grupo Executivo da Função Eleitoral para que não sejam produzidas mais ilações impróprias e indevidas voltadas contra a instituição e os seus valorosos membros.

Prossigo a minha jornada a serviço do Ministério Público Federal, sempre leal a meu juramento de bem servir à Constituição, às leis de meu país e à instituição.

Respeitosamente.

SIDNEY PESSOA MADRUGA

Procurador Regional da República"

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