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Roraima decreta estado de calamidade pública na saúde

A decisão foi motivada pelo agravamento dos conflitos na fronteira com a Venezuela, o que elevou o número de atendimentos no Hospital Geral de Roraima

Antonio Denarium: o agravamento dos conflitos na fronteira com a Venezuela levou o governador de Roraima a assinar decreto de calamidade pública na saúde (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Antonio Denarium: o agravamento dos conflitos na fronteira com a Venezuela levou o governador de Roraima a assinar decreto de calamidade pública na saúde (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 11h40.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 12h12.

O governador de Roraima, Antonio Denarium, assinou decreto de calamidade pública na saúde, a ser publicado hoje (25) no Diário Oficial do estado, segundo a assessoria de imprensa do governo.

A decisão foi motivada pelo agravamento dos conflitos na fronteira com a Venezuela, o que elevou o número de atendimentos no Hospital Geral de Roraima (HGR), principal unidade da rede e a única a realizar procedimentos de alta complexidade.

Por meio de nota, o governo de Roraima informou que, nas últimas 36 horas, 18 pacientes venezuelanos em estado grave foram atendidos no hospital. Destes, 13 precisaram passar por procedimento cirúrgico, sobrecarregando as unidades de terapia intensiva, o setor de trauma e a ocupação de leitos.

"Já estávamos com situação crítica no setor da saúde em Roraima. A partir dos conflitos na Venezuela, esse problema se agravou", disse o governador.

Com a publicação do decreto, o governo espera ter mais facilidade em compras emergenciais de medicamentos e de materiais médico-hospitalares. O estado analisa ainda a possibilidade de contratação de leitos hospitalares privados para deixar como retaguarda, caso haja necessidade.

"Entendemos que a capacidade de atendimento da saúde ficou sobrecarregada. Não sabemos o que pode acontecer de agora em diante e estamos nos prevenindo para não deixar ninguém desassistido", disse Denarium.

Apoio federal

Além da instituição de calamidade pública na saúde, o governador busca apoio do governo federal para enfrentar a situação.

O estado informou já ter entrado em contato com o Ministério da Saúde, Ministério da Defesa, a Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Uma das opções estudadas, segundo o governador, é levar, diretamente de Brasília, material médico-hospitalar - pelo menos até que as compras sejam normalizadas.

O Exército encaminhou, até o momento, sete ambulâncias ao estado. Ao todo, 12 veículos estão disponíveis e cinco estão de sobreaviso, preparados para fazer o transporte de pacientes. A equipe de médicos e enfermeiros no HGR e no hospital de Pacaraima, segundo a assessoria de imprensa do governo de Roraima, também foi reforçada.

Fronteira

Outra preocupação do governo de Roraima é o provável crescimento do número de imigrantes entrando no Brasil via Roraima, após a reabertura da fronteira.

"Precisamos lembrar que a fronteira está fechada há alguns dias e o fluxo de venezuelanos entrando em Roraima era de aproximadamente 500 por dia. Com a abertura da fronteira nos próximos dias, deve haver um aumento substancial desse número e isso, consequentemente, vai aumentar a demanda por saúde no estado", finalizou o governador.

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