Ronaldo se diz envergonhado com problemas para Copa
Ex-jogador disse se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 19h10.
São Paulo - Membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo , o ex-atacante da seleção brasileira Ronaldo disse se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio, mas defendeu que o Mundial não seja alvo de protestos e culpou os governos pelos problemas.
Ronaldo acredita que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil por não ter cumprido prazos são justas, já que o país concordou com todas as exigências da entidade quando aceitou ser sede da competição, em 2007.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador em entrevista à Reuters na sede de sua agência de comunicação, em São Paulo, nesta sexta-feira.
"Os estádios, de uma maneira ou outra, vão estar prontos. Agora, o legado que fica para a população mesmo --as obras de infraestrutura, de mobilidade urbana, aeroportos-- é uma pena que tenham atrasado tanto", acrescentou.
Os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo, que será disputada de 12 de junho a 13 de julho, têm sido problemáticos.
Apenas dois dos 12 estádios ficaram prontos no prazo determinado pela Fifa, enquanto muitas obras em aeroportos e de mobilidade urbana atrasaram e outras foram abandonadas.
"Perdemos muito tempo. Os governos deveriam ter feito as coisas muito antes", disse Ronaldo, afirmando em seguida que o Mundial, ao menos, proporcionou mudanças em cidades brasileiras e citou Cuiabá, uma das 12 sedes de jogos da competição.
"Vi cidades com muitas obras... Quem sabe quantas obras assim seriam feitas em Cuiabá se não fosse a Copa do Mundo?"
"A Copa do Mundo é uma ferramenta que trouxe uma série de investimentos para o nosso país. Poderia ter sido perfeito, se fizessem tudo o que prometeram, mas isso não tem a ver com Copa do Mundo, tem a ver com os governos que prometeram e não cumpriram", acrescentou.
Segundo o ex-atacante, que foi duas vezes campeão mundial com o Brasil (1994 e 2002) e é o maior artilheiro de todas as Copas, com 15 gols em quatro participações no torneio, os investimentos com o Mundial não deveriam ser alvos de protestos.
Na Copa das Confederações de 2013, houve manifestações perto dos estádios com um grande número de pessoas que cobravam mais investimentos na saúde, educação e segurança e reclamavam do dinheiro gasto em eventos esportivos.
Os protestos persistem neste ano e devem ocorrer durante a Copa.
"As pessoas olham o Mundial como o grande vilão do nosso país e não é. A gente não pode esquecer que o nosso Brasil não era essa maravilha toda antes da Copa do Mundo. Era igual ou pior", disse ele, acrescentando que há um temor entre os estrangeiros de vir ao país.
"O que eu ouço lá fora é que todo mundo têm um receio, principalmente por causa da segurança. Mas o que a gente passa lá fora é que o Brasil tem melhorado nessa questão e que na Copa do Mundo não vai ter nenhum problema", afirmou Ronaldo, para quem as manifestações não vão atrapalhar a seleção brasileira.
Ronaldo foi escalado em 2011 pelo então presidente do COL, Ricardo Teixeira, para o conselho de administração da entidade, numa tentativa de apaziguar as críticas à preparação do Brasil para a competição.
O ex-atacante tornou-se a principal imagem do COL, especialmente nos eventos relacionados à Copa do Mundo no exterior e em visitas às cidades-sede, apesar de não ter um papel de atuação executiva no dia-a-dia da entidade.
Confiança em Neymar
Se fora de campo há problemas, Ronaldo acredita que dentro das quatro linhas o Brasil é o favorito para conquistar o título e aponta Neymar como provável melhor jogador do Mundial.
"Só quero pensar no Neymar como a estrela do campeonato e o Brasil campeão", disse.
"O Brasil é super favorito e tem uma chance de ouro de vencer a Copa em nosso país", afirmou ele, citando Alemanha, Espanha e Argentina como principais rivais pelo título.
Embora somente seis dos 23 convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari já tenham disputado uma Copa do Mundo, Ronaldo não acredita que a inexperiência possa atrapalhar a seleção brasileira, pois "a falta de experiência não determina o resultado final de um jogo".
Muito menos vê Neymar, de 22 anos, sendo atingido pela pressão de ser o principal jogador do Brasil. "Ele está preparado e protegido, criou uma fortaleza em volta dele", disse.
"Apesar da pouca idade, é um jogador muito equilibrado, consciente do seu talento e da sua responsabilidade. É a nossa esperança."
Resposta a Paulo Coelho
Em uma entrevista descontraída, Ronaldo só fechou a cara quando foi questionado sobre a declaração do escritor Paulo Coelho, que o chamou de "imbecil" em entrevista a um jornal francês, após o ex-jogador ter tido que não se fazia Copa com hospitais e sim com estádios, em referência aos protestos contra o Mundial.
"Acho uma tremenda falta de respeito, foi completamente deselegante uma pessoa pública como ele, sem ter conhecimento do que realmente aconteceu, me ofender gratuitamente da forma como ele me ofendeu", disse.
"Eu admiro muito ele, os livros dele são ótimos, mas você recebe uma ofensa gratuita como essa, você perde um pouco da admiração. Não sei o que fiz para ele. Mas cada um fala o que quer, até papagaio fala."
São Paulo - Membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo , o ex-atacante da seleção brasileira Ronaldo disse se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio, mas defendeu que o Mundial não seja alvo de protestos e culpou os governos pelos problemas.
Ronaldo acredita que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil por não ter cumprido prazos são justas, já que o país concordou com todas as exigências da entidade quando aceitou ser sede da competição, em 2007.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador em entrevista à Reuters na sede de sua agência de comunicação, em São Paulo, nesta sexta-feira.
"Os estádios, de uma maneira ou outra, vão estar prontos. Agora, o legado que fica para a população mesmo --as obras de infraestrutura, de mobilidade urbana, aeroportos-- é uma pena que tenham atrasado tanto", acrescentou.
Os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo, que será disputada de 12 de junho a 13 de julho, têm sido problemáticos.
Apenas dois dos 12 estádios ficaram prontos no prazo determinado pela Fifa, enquanto muitas obras em aeroportos e de mobilidade urbana atrasaram e outras foram abandonadas.
"Perdemos muito tempo. Os governos deveriam ter feito as coisas muito antes", disse Ronaldo, afirmando em seguida que o Mundial, ao menos, proporcionou mudanças em cidades brasileiras e citou Cuiabá, uma das 12 sedes de jogos da competição.
"Vi cidades com muitas obras... Quem sabe quantas obras assim seriam feitas em Cuiabá se não fosse a Copa do Mundo?"
"A Copa do Mundo é uma ferramenta que trouxe uma série de investimentos para o nosso país. Poderia ter sido perfeito, se fizessem tudo o que prometeram, mas isso não tem a ver com Copa do Mundo, tem a ver com os governos que prometeram e não cumpriram", acrescentou.
Segundo o ex-atacante, que foi duas vezes campeão mundial com o Brasil (1994 e 2002) e é o maior artilheiro de todas as Copas, com 15 gols em quatro participações no torneio, os investimentos com o Mundial não deveriam ser alvos de protestos.
Na Copa das Confederações de 2013, houve manifestações perto dos estádios com um grande número de pessoas que cobravam mais investimentos na saúde, educação e segurança e reclamavam do dinheiro gasto em eventos esportivos.
Os protestos persistem neste ano e devem ocorrer durante a Copa.
"As pessoas olham o Mundial como o grande vilão do nosso país e não é. A gente não pode esquecer que o nosso Brasil não era essa maravilha toda antes da Copa do Mundo. Era igual ou pior", disse ele, acrescentando que há um temor entre os estrangeiros de vir ao país.
"O que eu ouço lá fora é que todo mundo têm um receio, principalmente por causa da segurança. Mas o que a gente passa lá fora é que o Brasil tem melhorado nessa questão e que na Copa do Mundo não vai ter nenhum problema", afirmou Ronaldo, para quem as manifestações não vão atrapalhar a seleção brasileira.
Ronaldo foi escalado em 2011 pelo então presidente do COL, Ricardo Teixeira, para o conselho de administração da entidade, numa tentativa de apaziguar as críticas à preparação do Brasil para a competição.
O ex-atacante tornou-se a principal imagem do COL, especialmente nos eventos relacionados à Copa do Mundo no exterior e em visitas às cidades-sede, apesar de não ter um papel de atuação executiva no dia-a-dia da entidade.
Confiança em Neymar
Se fora de campo há problemas, Ronaldo acredita que dentro das quatro linhas o Brasil é o favorito para conquistar o título e aponta Neymar como provável melhor jogador do Mundial.
"Só quero pensar no Neymar como a estrela do campeonato e o Brasil campeão", disse.
"O Brasil é super favorito e tem uma chance de ouro de vencer a Copa em nosso país", afirmou ele, citando Alemanha, Espanha e Argentina como principais rivais pelo título.
Embora somente seis dos 23 convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari já tenham disputado uma Copa do Mundo, Ronaldo não acredita que a inexperiência possa atrapalhar a seleção brasileira, pois "a falta de experiência não determina o resultado final de um jogo".
Muito menos vê Neymar, de 22 anos, sendo atingido pela pressão de ser o principal jogador do Brasil. "Ele está preparado e protegido, criou uma fortaleza em volta dele", disse.
"Apesar da pouca idade, é um jogador muito equilibrado, consciente do seu talento e da sua responsabilidade. É a nossa esperança."
Resposta a Paulo Coelho
Em uma entrevista descontraída, Ronaldo só fechou a cara quando foi questionado sobre a declaração do escritor Paulo Coelho, que o chamou de "imbecil" em entrevista a um jornal francês, após o ex-jogador ter tido que não se fazia Copa com hospitais e sim com estádios, em referência aos protestos contra o Mundial.
"Acho uma tremenda falta de respeito, foi completamente deselegante uma pessoa pública como ele, sem ter conhecimento do que realmente aconteceu, me ofender gratuitamente da forma como ele me ofendeu", disse.
"Eu admiro muito ele, os livros dele são ótimos, mas você recebe uma ofensa gratuita como essa, você perde um pouco da admiração. Não sei o que fiz para ele. Mas cada um fala o que quer, até papagaio fala."