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"Rolezinhos" são suspensos após estupros no Ibirapuera

Ficou definido que uma nova reunião será feita no dia 27 para estruturar um evento oficial no parque em fevereiro


	Parque Ibirapuera: ficou definido que uma nova reunião será feita no dia 27 para estruturar um evento oficial no parque em fevereiro
 (Wikimedia Commons)

Parque Ibirapuera: ficou definido que uma nova reunião será feita no dia 27 para estruturar um evento oficial no parque em fevereiro (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 08h42.

São Paulo - Após o estupro de duas jovens no Parque do Ibirapuera, os próximos rolezinhos marcados para ocorrer no local, via redes sociais, estão suspensos.

A medida foi tomada em uma reunião na quinta-feira, 21, com representantes da Prefeitura de São Paulo, da São Paulo Turismo (SPTuris) e da organização desses encontros.

Além da suspensão, ficou definido que uma nova reunião será feita no dia 27 para estruturar um evento oficial no parque em fevereiro.

O prefeito Fernando Haddad (PT) ainda anunciou na quinta-feira, que dobrará o efetivo de guardas-civis nos fins de semana no parque. Mesmo com o reforço, ele destacou que a GCM tem "limites de atuação".

"A Guarda Civil faz a segurança patrimonial. Quando acontece um evento (rolezinho) em que estavam previstas 2 mil pessoas e vão 12 mil, a Guarda estava com contingente para (monitorar) 2 mil", disse.

Ele ressaltou que chamou os organizadores do evento "à responsabilidade" e pediu que seja feita comunicação prévia dessas ações à Prefeitura. "Não é só com o número de guardas que você vai resolver o problema. Jamais será suficiente (o reforço na segurança) se não houver uma organização prévia."

No dia do crime, havia 59 GCMs no Ibirapuera e foram relatados 10 roubos - 8 dentro do parque. Um dos estupros aconteceu na área conhecida como "bananal", que tem muita vegetação e não dispõe de câmeras de segurança. Na hora do crime, havia pouca iluminação no local.

No mesmo dia, outra jovem, de 16 anos, também registrou uma ocorrência de estupro no parque. A Polícia Civil divulgou na quarta-feira, 20, um retrato falado do suspeito, descrito como "branco de pele morena", morador de Parelheiros, cujo apelido seria "Japa".

Abordagem policial

A jovem de 18 anos disse à família ter se sentido desconfortável com a abordagem de policiais. Segundo relato da mãe, que não quis se identificar, os agentes não consideraram o estado emocional da estudante ao registrar o crime no 27º Distrito Policial (Campo Belo).

A mãe da garota conta que a jovem estava muito abalada após o estupro, mas que não acompanhou o relato no distrito policial. "Ela contou que se sentiu muito mal, porque eles falavam: 'Você foi porque quis, né?'. Acho que ela só fazia assim (confirmava) com a cabeça. Eles desconsideraram o estado em que ela estava para achar que podia consentir alguma coisa."

De acordo com a mãe, a filha não costumava frequentar o Ibirapuera e foi ao parque para uma confraternização com amigas. Elas beberam e um rapaz de 19 anos se aproximou do grupo. Os dois conversaram por três horas, até que as amigas deixaram a vítima sozinha.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que a jovem não procurou a Corregedoria para falar sobre o tratamento no Distrito Policial, mas está à disposição para atendê-la e apurar os fatos. 

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