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Roberto Jefferson foi beneficiado por mensalão, diz relator

Jefferson teria recebido 4,5 milhões de reais entre dezembro de 2003 e maio de 2004, após assumir a presidência do partido

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 22h28.

Brasília - O relator da ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse nesta quarta-feira que o delator do suposto esquema, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, cometeu corrupção passiva ao ser beneficiado por recursos.

Jefferson teria recebido 4,5 milhões de reais entre dezembro de 2003 e maio de 2004, após assumir a presidência do partido. Ele teria sido auxiliado pelo também deputado Romeu Queiroz e por Emerson Palmieri, primeiro-secretário do PTB e que trabalhava como tesoureiro informal do partido.

"Roberto Jefferson, que era líder parlamentar do PTB na Câmara, sabia da existência do que ele chamou de mesada a parlamentares. (Ele) tinha consciência que esses pagamentos eram feitos em troca da consolidação da base aliada do governo na Câmara", disse Barbosa.

Jefferson admitiu ter recebido o dinheiro, mas disse que se tratava de acordos de campanha, o que foi rebatido pelo relator.


Barbosa defendeu que Jefferson valeu-se da "sistemática de pagamento de dinheiro" oferecida pelo publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e aceitou receber os valores.

Jefferson delatou a existência do suposto esquema em entrevista em 2005. O dinheiro recebido por ele seria parte do valor de 20 milhões de reais que teria sido acertado com o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, em troca de apoio do partido, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

Barbosa viu também crimes de corrupção passiva por Queiroz e Palmieri, que "intermediou e atuou no sentido de viabilizar o recebimento da vantagem indevida".

O relator já havia apontado a compra de apoio parlamentar de deputados do PP e do PL, atual PR. Barbosa encerrará seu voto sobre o capítulo de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha de partidos aliados na quinta-feira.

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