Risco de Enem não acontecer está totalmente afastado, diz ministro
Weintraub também disse que "questões ideológicas" não serão incluídas na prova este ano e recomendou que os estudantes foquem em aspectos técnicos
Agência Brasil
Publicado em 26 de abril de 2019 às 06h03.
Última atualização em 26 de abril de 2019 às 06h04.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub , refutou nesta quinta-feira (25) qualquer possibilidade de adiamento ou cancelamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A declaração foi dada ao lado de Jair Bolsonaro durante transmissão ao vivo na página oficial do presidente no Facebook.
A gráfica responsável pela impressão das provas nos últimos dez anos, a RR Donneley, decretou falência no dia 1º de abril. Devido aos riscos para a aplicação da prova, o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, contrate a Valid S.A., gráfica, que no pregão de 2016 havia ficado atrás da RR Donnelley.
"Havia um possibilidade, essa possibilidade foi afastada. O TCU foi muito parceiro em compreender o problema. Assim, risco de não ter Enem este ano está totalmente afastado. Para as pessoas que vão prestar [as provas] este ano, podem continuar estudando", disse Weintraub.
Questões ideológicas
Weintraub também disse que "questões ideológicas" não serão incluídas na prova do Enem este ano e recomendou que os estudantes foquem em aspectos técnicos.
"Acho que questões ideológicas muito polêmicas como no passado não vão acontecer este ano. Minha sugestão: foquem mais na técnica de escrever, interpretação de texto. Foquem muito em matemática, ciências, em realmente num aspecto que a gente quer desenvolver, o conhecimento científico, a capacidade da pessoa de desenvolver novas habilidades", disse. Wintraub não exemplificou o que seriam "questões ideológicas".
No ano passado, ainda como presidente eleito, Bolsonaro criticou a prova do Enem realizada no dia 4 de novembro. Em uma entrevista, ele chegou classificar o exame como um "vexame" e uma "doutrinação exacerbada". A polêmica girou em torno de uma questão que fazia referência ao dialeto usado por gays e travestis. A pergunta, no entanto, não cobrava dos estudantes o conhecimento sobre o vocabulário de gays e travestis, mas trazia um texto de apoio sobre o tema e questionava quais as características técnicas para que uma linguagem seja considerada um dialeto.
Alterações de decretos
Ainda durante a live, que também teve a participação do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça e do líder do governo na Câmara, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), Bolsonaro disse que poderá receber sugestões de parlamentares para alterar ou revogar decretos.
"Estamos abertos, quem achar que tem algum decreto aqui que pode ser aperfeiçoado, estamos à disposição para receber essas sugestões. Logicamente nós analisaremos junto à Secretaria de Assuntos Jurídicos e, se for o caso, a gente em duas ou três semanas corrige o decreto", disse o presidente. Ele citou o exemplo do decreto que extinguiu o horário de verão este ano que, segundo ele, partiu de uma sugestão inicial do deputado federal João Campos (PRB-GO).